Não Cartas (326-350)

(350) Marcelo Dezonne

Assunto: Charges

Data: 21 de Agosto de 2001

O Rio Grande tem grandes chargistas, como Santiago, Edgar Vasques, Schoreder, entre outros, que pouco espaço têm tido na imprensa. Sugiro que 'Não' abra um espaço regular para charges de consagrados ou desconhecidos.

Marcelo Dezonne
dezonne@terra.com.br

(349) Marcelo Frizon

Assunto: pequena nota para o Não75

Data: 06 de Agosto de 2001

Brasil

Vocês já pensaram que ano que vem temos eleições? Vocês já pensaram que se o Fernando Henrique Cardoso não tivesse se candidatado a esse segundo mandato ele seria o grande presidente do Brasil? Vocês já pensaram que o povo brasileiro não sabe em quem votar ano que vem? Vocês já pensaram em quem votar? Vocês já pensaram que a Globo vai manipular novamente as eleições e colocar quem ela quiser na presidência? Vocês já pensaram que se esse cara não corresponder às expectativas da Globo ele vai ter um impecheament também? Vocês já pensaram que o vice-presidente dele será mais um bolha atrapalhado? Vocês já pensaram que o povo brasileiro não pode mais ficar calado? Vocês já pensaram que desse jeito nós nunca saíremos da MERDA?

Marcelo Frizon
mfrizon@uol.com.br
 

(348) Leônidas Cavalcante

Assunto: Não deixem o NÃO morrer!

Data: 01 de Julho de 2001

O que? Ninguém respondeu a minha msg ainda? Nada no não ao vivo? Nenhuma previsão para o próximo número? O que está acontecendo com a comunidade NÃO? Será que o pessoal tá ficando velho e se cansou da xinelagem? Não deixem Eles vencerem! Não deixem o NÃO morrer!

Leônidas Cavalcante
lgac84@terra.com.br

(347) Rodrigo Guimarães

Assunto: Britto no fascinante mundo do lobby financeiro

Data: 25 de Junho de 2001

Será que vai aparecer mais alguma informação sobre este assunto?

Revista Veja de 27/06/2001, edição 1 706 Trecho da matéria sobre a guerra da telefonia que resultou na demissão do jornalista Ricardo Boechat:

Boechat – Me disse que tá dando bem. Então, suponho que ele vá dar a matéria na íntegra, pá-pá-pá. Não sei que título ele vai dar. Seguinte: o texto que eu mandei, eu disse assim pro Mineiro (Luiz Antonio Mineiro, editor de Brasil de O Globo): 'Mineiro, aí vai a matéria. Eu não consegui falar com o pessoal da Economia, mas tentarei mais tarde. Estou no telefone tal. Se for preciso peça à telefonista... Acho que este assunto vai dar um bom caldo. A intenção de demitir os conselheiros dos fundos consta da ata da assembléia convocada pelo Opportunity no dia 17 no Monitor Mercantil (jornal carioca de economia). E a estréia do ex-governador (Antônio) Britto (que acabara de ser contratado pelo Opportunity) no fascinante mundo do lobby financeiro, quem diria?, ainda não foi revelada por ninguém'. Aí vai o texto...'. Um abraço, Boechat' e tal. Aí, começei da seguinte maneira. É um texto curto e tal. Dizendo assim: (O jornalista lê na íntegra a reportagem que foi publicada em O Globo no dia seguinte.)

Paulo – Tá ótima a matéria, diz tudo o que a gente queria falar.

Rodrigo Guimarães
rodrigo@drsmith.com.br

(346) Leônidas Cavalcante

Assunto: VOLTANDO À VACA FRIA

Data: 09 de Junho de 2001

enquanto fuçava a seção de cartas, vi, em uns papéis empoeirados ali em baixo da pilha, uma discussão sobre as razões do sem-razão cometido pelos censores de sensores desajustados ao classificarem o Tolerância como impróprio para menores de 18 anos, ou vetá-lo para tal faixa etária, não sei bem - discussão esta que depois descambava para algo amorfo a respeito da influência da culinária tupiniquim vs. máque-dônaldis no grau de agudez capilar dos british punks nacionais. após campear por tudo o texto em que o dono do filme, ou algum arauto seu, reclamava de tal, e não achar, resolvi manifestar-me baseado só nas cartinhas dos leitores/colaboradores. sei que a discussão já mudou de rumo e morreu faz tempo, mas como boa mala que sou proponho uma volta à vaca fria e já em fase de putrefação:

pra começo de conversa, vocês acham mesmo que algum de-menor deixou de assistir tolerância por causa daquela tarjinha preta? eu tenho 16 anos e não tive nenhum problema para comprar meu ingresso na bilheteria do cinema de um grande xópingue - e tenho certeza que, a não ser que a môça do caixa estivesse de muito mau-humor, nem uma criança de 12 anos teria. Se aquela censura de 18 anos algo faz, o que eu duvido, é atiçar mais ainda a curiosidade da comunidade onanista de Porto Alegre,  aumentando a bilheteria. eu, confesso, fui ver o filme mal-intencionado, e foi muito mais por causa daquele autidór e da publicidade feita em cima dele que por causa da censura. entrei no cinema pensando em ver a maitê proença e aquela outra morena gostoooosa peladas e nada mais - não sabia quem era o diretor - e me deparei com tudo isso e mais um enredo inteligente e uma ótima direção. sinceramente, até achei que esta fosse a intenção do diretor: vender ingresso para uma sessão de pornochanchada de alta classe, e presentear o telespectador com um ótimo filme. penso também que a intenção dos censores não era simplesmente banir qualquer um nascido depois de 82 das salas de cinema, e sim alertar o público que o filme continha cenas fortes de sexo - afinal, estes senhores, se ainda têm algum sensor no lugar, também sabem que ninguém respeita esta censura. e posso dizer que fizeram um bom trabalho, pois não vi nenhuma velhinha mais conservadora ser carregada, em choque, cinema afora depois de ver o ator principal de bunda-de-fora em cima da maitê.

no más, reforço que toda a publicidade feita em cima do filme foi muito mais discriminatória que a infame tarja preta dos censores.

ps.: é foda defender o governo, e principalmente seus (s)censores, mas os coitados não fazem merda toda vez.

apertos de mão grudentos
Leônidas Cavalcante

lgac84@zaz.com.br

(345) Mirna Spritzer

Assunto: O REI DA VELA

Data: 04 de Junho de 2001

Em meio a tudo isso que estamos vivendo, e que nos deixa perplexos e incrédulos... Minha memória de atriz...

O Rei da Vela, de Oswald de Andrade, peça escrita em 1933:

Abelardo I - De posse de segredos governamentais, joguei duro e certo no café-papel! Amontoei ruínas de um lado e ouro do outro! Mas, há o trabalho construtivo, a indústria...Calculei ante a regressão parcial que a crise provocou...Descobri e incentivei a regressão, a volta à vela...sob o signo do capital americano.

Heloísa - Ficaste o Rei da Vela!

Abelardo I - Com muita honra! O Rei da Vela miserável dos agonizantes. O Rei da vela de sebo. E da vela feudal que nos fez adormecer em criança pensando nas histórias das negras velhas... da vela pequeno-burguesa dos oratórios e das escritas em casa... As empresas elétricas fecharam com a crise... Ninguém mais pode pagar o preço da luz... A vela voltou ao mercado pela minha mão previdente. (...) mas a grande vela é a vela da agonia, aquela pequena velinha de sebo que espalhei pelo país inteiro... Num país medieval como o nosso, quem se atreve a passar os umbrais da eternidade sem uma vela na mão? Herdo um tostão de cada morto nacional!

beijo, Mirna
mirnasp@terra.com.br

(344) Dante Sasso

Assunto: às minhas custas

Data: 31 de Maio de 2001

oi, lendo o final do texto "caso ford: ação popular é julgada improcedente" ("os autores da ação popular foram condenados ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios para cada uma das defesas que atuaram no processo, julgado extinto"), fico imaginando QUEM vai pagar as custas processuais e os honorários advocatícios citados. quer dizer, eu sei quem vai pagar, era só pra constar mesmo. mais uma vez. abraços, dante

Dante Sasso
dante@cenex.com.br

(343) Marcelo Frizon

Assunto: NÃO URGENTE

Data: 27 de Maio de 2001

Oi, Giba! Já falei pro Gerbase, mas falo pra ti também: tá na hora do Não75! Chega de colocarem o NãoAoVivo, o povo clama por uma nova edição!!!

Abraço,

Marcelo Frizon
mfrizon@uol.com.br

(342) Hermes Vargas dos Santos

Assunto: Titio para Ministro

Data: 12 de Maio de 2001

Num evento recente, o Senador Simon referiu-se a um cidadão que estava presente - Francisco Turra (PPB), de forma elogiosa, afirmando que o mesmo não permitiria as trapalhadas de Pratini de Moraes no caso da aftosa. Agora é a vez do sobrinho de Turra, Beto Albuquerque (PSB), que está cobrando do PPB providências quanto à indicação de um substituto para Pratini (ver "Pagina 10", Zero-Hora, 12-05-01). É elogiável, sem dúvida, a preocupação do sobrinho em arranjar um emprego melhor para o Tio Turra ... Passo Fundo

Hermes Vargas dos Santos
hermesvs@via-rs.net

(341) Maria Madureira

Assunto: SUGESTÃO

Data: 06 de Maio de 2001

ei, pq não se divulga o mail do autor do texto, hein? seria uma boa. não?

maria madureira

devla@ig.com.br

RESPOSTA DO EDITOR: Maria, uma das regras do Não (ver Manual de redação, Não 54) é justamente esta: todo texto deve ser assinado e acompanhado de um endereço para quem quiser responder diretamente ao autor. Mas acontece que a gente não leva muito a sério essa coisa de regras, ainda mais as que a gente mesmo inventa. Giba.

(340) José Cláudio Teixeira

Assunto: POESIA NÃO? E QUEM SABE UM TEXTO TEATRAL?

Data: 06 de Maio de 2001

ola, ha pouco tempo - muito pouco mesmo - descubri nao... parabéns pela otima qualidade do conteudo. diria q é um site q tem alma. mais alma q corpo, já q o design é realmente sofrivel. mas isso nao tem importancia já q supera-se com essa essencia inventiva. até parece bonitinha a pagina, pensando melhor, no meio da cozinha dos anos oitenta. mas o importante: bons textos. bons narradores. gente boa. fico contente que a gauchada ande assim, meio de lado, quase voando. já ha alguns anos fora do brasil, e outros fora do RS, sinto saudades e me bateu uma vontade de escrever a vcs, querendo participar. assim, de impulso. escrevo muito poesias. sei das dificuldades desse genero mais que qualquer outro, putificado. mas nao, nao tenho medo de dizer-lo, escrevo muito poesias. no momento trabalho numa prosapoetica, em castellano. sou um escritor de finais de semana. faço o q posso, como todo o mundo. mas acordo cedinho, sabados e domingos. bueno, ja ia começar a escrever demais e paro, assim, de tranco (esqueci se é isso mesmo que se diz...pardon...) e quero saber se é muito dificil tomar o tempo de algum de vcs para q deem uma olhada em meus escritos e se gostarem, publicar, claro. posso mandar 1, 10, 50, 200 poemas. espero uma resposta. ah, sou artista plastico e trabalho com design, ilustraçao e se quiserem, posso colaborar um pouquinho mais. nao faria mal nenhum colocar um pouco de arte visual no site, han? q tal uma seçao de " imagens negativas" ? bem, no mais, sem maiores ais, um grande abraço, mais uma vez parabéns e até.

claudio.

jclaudioteixeira@hotmail.com

(339) Verônica Nunes

Assunto: RESPONDENDO UMA CARTA

Data: 03 de Maio de 2001

Foi uma surpresa para mim quando, ao ler a seção de cartas do NÃO, li uma crítica que fazia referencia ao meu texto publicado na edição 73. Bom, ao contrário do Träsel, eu além de enviar meu comentário para vocês, enviei-o também para ele. Espero que esta mensagem seja exposta nesta seção, não apenas para criar polêmica, mas para esclarecer algumas dúvidas que possam ter surgido. O e-mail que mandei para o Träsel tinha como título "ATRASADA" e segue a mensagem logo abaixo:

[Oi Träsel, espero não ser tarde demais pra escrever sobre este assunto.]

Acontece que só agora li a tua carta enviada para o NÃO 73, falando sobre um texto que eu escrevi nesta mesma edição. O que me admirou, a principio, foi tu ter enviado esta "tréplica" para o NÃO ao invés de envia-la para mim, o que seria de bom senso. Eu conheço o teu trabalho no COL, inclusive o recebo e leio sempre, e nas vezes que senti vontade de elogiar ou criticar algum dos textos, invariavelmente enviei minha opinião para o respectivo autor, o que acredito ser a atitude mais correta nestes casos. Até mesmo porque eu poderia nunca ter lido tua crítica e, digamos que ela seja construtiva, eu jamais teria tido a oportunidade de incorpora-la ao meu trabalho no intuito de torná-lo melhor.

Mas, analisando o teu texto percebo que realmente reduziu bastante o meu ponto de vista, chegando a distorce-lo, acho até mesmo que tu não conseguiste compreender o que eu quis dizer, pois, acredito eu, tu usaste como filtro para a mensagem que eu quis passar, o teu próprio conceito do assunto (ou pré-conceito). Em nenhum momento eu ousei dizer que as mulheres não gostam de sexo, até mesmo porque seria muita hipocrisia minha, assim como também, em momento algum, deixei subentendida a idéia de que as mulheres fazem um "FAVOR" ao transarem com os homens, e é justamente neste ponto que tu explicita a não compreensão ou simplesmente a distorção do que escrevi . Outra coisa, eu já assisti a um grenal na coréia e o problema maior foi a dificuldade de ver o campo, porque eu sou baixinha, apenas isso.

O que quero te dizer é que não é frescura de mulher falar nestas coisas e exigir mais respeito, esta história de fazer "doce" é que está muito ultrapassada. Mas como eu disse no texto "dá quem quiser dá, come quem quiser comer" é tudo uma questão de saber o que se quer e deixar bem claro isso para o outro. Acho que neste debate virtual que se estabeleceu entre agente (embora eu nem mesmo tenha sido comunicada), o papel de machista se encaixa mais a tua análise do que a minha, no entanto concordo que deve haver resquícios de machismo no meu discurso, justamente por eu ter sido educada numa sociedade na qual ainda permanece bastante forte este conceito .

Pra finalizar, acho que a maioria de nós mulheres não é nada paranóica, se não só freqüentaríamos lugares onde nos sentíssemos seguras e ficaríamos sentadas esperando que o mundo se adaptasse a nós, exatamente como tu disseste. Quanto à secura, me recuso a responder a esta provocação, porque aí já é machismo demais!]

Veronica Nunes
veronica.nn@uol.com.br

(338) Marcelo Benvenutti

Assunto: NÃO TÁ LÁ ESSAS COISAS, MAS ...

Data: 04 de Abril de 2001

Com relação a carta 336 publicada na seção de cartas do NÃO:

"Enquanto setores da sociedade civil começam a trabalhar sobre o perfil da democracia a conquistar, os partidos políticos latino-americanos - agentes de mudança por definição - atuam IMERSOS em pragmatismo, reformismo e localismo. Prometem ao Tântalo (rei condenado por Zeus a sempre que tentava comer e beber, a água e os frutos lhe escaparem, impedindo-o de saciar a fome e a sede) popular que agora sim, depois de quinhentos anos de castigo de Zeus, os milagres do consumo capitalista estarão à disposição. As ilusões do Foro de São Paulo e da 'nova Esquerda' latino-americanas a esse respeito são eloqüentes. Continuam nos seus projetos de evolução- salvação nacional, quando o processo do mercado mundial já fechou definitivamente esta opção histórica, com a EXCEÇÃO, talvez, do Brasil."

Heinz Dieterich Steffan, em Globalização, Estado Nacional e Estado Mundial, do livro A Sociedade Global - Educação, Mercado e Democracia, editado pela Editora da FURB, Blumenau, em 1999.

E NÃO vou ser eu que vou tirar conclusões. Cada um que tire a própria.

Marcelo Benvenutti
marcelo@benvenutti.com.br

(337) Rafael Damasceno

Assunto: NÃO 74

Data: 4 de Abril de 2001

Parabens por mais um NAO. Parabens, alias, pela persistencia em lancar mais um numero desse "produto" de rara qualidade literária e ensaística.

Porem, comentando especificamente a edicao 74: "Que coisa mais sem graca!". Nao li ainda os artigos, alguns parecem bons, mas a edicao e o editorial, que belas porcarias. Até tu, Furtado???? O que eh que houve? Cansou? Quando estiveres assim, passa a bola para outro. A gente entende, deves ter muito o que fazer, etc... Nao estar inspirado eh um direito de todos. Tudo bem, mas esperei quase quatro meses e o NAO repetiu as velhas formulas mais uma vez, ainda por cima decaindo no item "design", "samba-enredo" e "evolução".

Tesao eh fundamental!!!!! Espero que no 75 possam recuperá-lo. Pretendo contribuir no que estiver ao meu alcance.

Abraço.

Rafael Damasceno
thagoff@uol.com.br

(336) Alexandre dos Anjos

Assunto: ENTÃO TÁ TUDO BEM...

Data: 30 de março de 2001

Que grande merda que tá esse não 74... Tem que ser "cuiúdo" prá ler todas as matérias... O pior é que não é problema na no modo da disposição das matérias, já pensei nisso... As matérias tão ruins mesmo!

Será que o NÃO vai virar só um ensaio de aspirantes escritores? Que tal mudar de nome?? Tudo bem que o cara até publique as suas coisinhas... outro dia li um poeminha legal no 73. Ninguém mais fala em política nessa jossa?

Vamos bobeando, que a corja dominante da Assembléia vão botar bem no nosso. E fundo. Medo de tomar partido? Não se trata de defender um Partido, mas o respeito ao direito do povo receber informação não manipulada.

Alguém ouviu falar que a ZH foi condenada a pagar 1 milhão para o Bisol por calúnia? Claro que sim, mas e aí, nem uma frasezinha sobre isso? E outras coisas do gênero? O que é essa CPI que estão armando? Em que acreditamos? É de São Tomé aquela frase do "ver para crer"? Se ninguém ajudar vamos voltar à estaca zero, nosso patrimônio voltará a ser vendido, e não poderemos reclamar.

Alexandre dos Anjos
ale-anjos@ieg.com.br

(335) Cristina Charão

Assunto: MAIS UMA SOBRE SER GAÚCHO

Data: 25/03/2001

Reflexãozinha sobre o fato de ser gaúcha para além do Mampituba, inspirada por um trecho do texto do Álvaro Magalhães no NÃO 74 - "A característica que nos distinguiria não seria o autoritarismo ou o elitismo - pragas generalizadas - e sim um ambiente cultural que admite diferenças e no qual há admiração por quem luta por seus pontos de vista":

Somos realmente irritantes. Incomodamos, e este talvez seja o maior motivo do meu orgulho de ter nascido na porção mais ao Sul do Brasil. Das poucas coisas que lembro da Bíblia, fora as obviedades, uma frase dita pelo protagonista do Novo Testamento me vem à cabeça toda vez que penso na razão de incomodarmos: "Ou se é quente, ou se é frio. O morno, eu cuspo." (Algo do tipo, não me peçam citações literais. Isso é um desabafo, não uma tese.)

Incomodamos porque somos quentes ou frios, e me parece que a imensa maioria das pessoas já se acostumou com o morno. Comem, vestem, ouvem o que é a moda. E o que é moda senão aquilo que se repete mais vezes, e portante define o que é a média, portanto aquilo que deixa morno? Incomodamos porque a imensa maioria das pessoas vota no morno discurso do crescimento controlado da economia, da renúncia fiscal para o bem do seu emprego, na mornidão da aliança entre tucanos e pefelistas. Incomodamos porque o neoliberalismo só existe onde o povo é morno. Porque não nos encaixamos na cantilena pós-moderna de que não existe mais convicção, de que não existe mais ideologia, de que não existe mais os dois lados do moeda, e que é impossível estar de um desses lados. Num mundo mo(de)rno, não existe Gre-Nal, não existe o PT e o Anti- PT, não existe o rock versus a MPB versus a MPG. Onde tudo é "mais ou menos", não existe "um ambiente cultural que admite diferenças e no qual há admiração por quem luta por seus pontos de vista". Não existe, porque não há diferenças (se ninguém as vê, elas não existem). Não há "pontos de vista", assim, no plural.

É por isso que incomodamos. Por isso, eu gosto de incomodar. Para não ser cuspida. Por quem merece.

P.S.: O mais engraçado é sermos chamados de autoritários e elitistas. Talvez eles tenham uma certa razão. Afinal, autoridade e elite só existem quando há mais de um lado do qual se diferenciar. E talvez sejamos os únicos a reconhecer que é preciso ser diferente e é saudável ter orgulho de ser diferente e esforçar-se para ser diferente. Portanto, não há mal nenhum em acharmos todos que somos autoridade e elite.

Cristina Charão
cris@estado.com.br
 

(334) Dante Sasso

Assunto: CULTURA BRASILEIRA, OU, GARÇOM, TEM UM ABACATE NO MEU MCDONALDS!

Data: 20/02/01

gostei do rumo que tomou a discussão sobre a censura do tolerância a ponto de me espreguiçar na cadeira e escrever um pouco também. o que mais me chamou a atenção foi uma carta da márcia (330) na qual, lá no meio, ela duvidava da existência de uma cultura brasileira. tu poderia repetir, márcia? tu duvida que haja uma cultura brasileira? ok, não precisa responder: tá lá, na carta seguinte (332): "o brasil é um país continental, cheio de costumes e tradições..." ora, querer utilizar este argumento para demonstrar que é difícil apontar uma identidade nacional seria como dizer que eu tenho tanto cabelo que não dá pra saber se sou ruivo, loiro, moreno ou careca. se não são os costumes e tradições que enriquecem e identificam uma cultura, o que seria? o penteado dos passantes? o tempero na salada? ahá, também isso, e muito mais! um dado: o macdonalds é asséptico e igual em todo mundo. igual, sim, mas diferente também: alguém imagina o que os chilenos e mexicanos colocam no bigmac ou no universal cachorro-quente? abacate, meu amigo, uma cremosa e marciana pasta de abacate. também colocam um temperinho forte chamado ají, bom pra caramba e mais concentrado que a pimenta. e daí?, me perguntaria a márcia. daí que:

1) a cultura de um país, um lugar, um povo, passa também por detalhes: o fato de a gente (eu, tu e o benvenutti) gostar mais de feijão com arroz do que de bigmac é um forte indício de que não somos, no mínimo, ingleses - um indício apenas, os ingleses são meio esquisitos. isso também pode expressar nossa cultura, ainda mais porque tem gente neste mundo que nem sabe o que é feijão (seja qual for a palavra usada, bean, fagiolo, haricot, alubia, bonne...);

2) tu colocaria abacate no teu cachorro-quente? não recomendo. aliás, não recomendo nem comer abacate com açúcar, que eu acabo de descobrir que é uma maneira de comer a fruta que existe só aqui no brasil. mas deve ser apenas mais um aspecto cultural. nada com que se preocupar.

enfim: sim, há uma cultura brasileira, tão vasta e rica que é difícil de expô-la e discuti-la em um ou dois parágrafos virtuais aqui no não. atenção: é difícl expô-la, discuti-la, trabalhá-la, mas não de acreditá-la e percebê-la. fica a idéia: cada um tem uma visão de mundo absolutamente distinta do outro: eu confesso que estou mais propenso a encontrar a dora do salles do que o alex do kubrick. confesso que estou mais propenso a encontrar uma estação de trem onde milhares de pessoas cruzam-se todo dia, com vendedores ambulantes que vendem de radinhos de pilha a molinetes para pesca do que um junkie cagalhão que vende heroína de variadas procedências, como no filme do tarantino. confesso que me parece mais verossímil alguém que chora no final do que alguém que retalha o filme pra parecer moderno. e por aí vai.

pra finalizar, três coisas: a primeira: não sou um censor, como tu pôs no final da carta 330, mas cheguei ao final do texto do fábio e pensei: "ah, pode ser" (PODE ser. como possibilidade). segunda: a sedutora maitê é MUITO diferente das estrelas norte-americanas. ainda bem, né? terceira: por que uma pessoa demente e esquizofrênica como o benvenutti me parece tão próxima da realidade? vai ver a demência está tomando conta também da minha pessoa. um abraço a todos, dante

(o fábio moraes: quando eu estava ainda no primeiro grau já praticava o saudável exercício da leitura. lia tudo, em tudo. menos o que a professora pedia, o que era, invariavelmente, chato. daí que na manhã seguinte ela perguntava: "quem leu o livro tal pode me dizer o que o personagem tal pensou naquela hora tal?" e eu, metido como uma criança deve ser, respondia: "professora, eu não li, mas acho que..." ledo engano. se eu não li, eu não tenho que achar nada. nada.

dante@cenex.com.br

(333)  Márcia Dienstmann

Assunto: MACACOS BRILHANTES II

Data: 30/01/01

Cara, que loucura... De cinema nacional fomos pará em rango! Como eu já coloquei: sim, peguei exemplos cretinos em pró de uma causa nobre: discutir até que ponto a realidade dos filmes americanos é diferente da nossa. Não troco nunca um feijão com arroz por um McIsopor. Só acho que desconhecemos grande parte das infinitas receitas da gastrônomia nacional, então, quando eu vir Tieta e seus bobós-de-miximiricassão, por exemplo, será um alien na tela. Quando eu vir Pulp Fiction, a discussão entre os caras sobre hambúrgures não me parecerá nem um pouco estranha. E um hip-hip-urra para os punks de cabelo espetado, de cabelo liso, crespo, loiro ou preto!!! O Brasil é um país continental, cheio de costumes e tradições, a ponto de ser difícil apontar uma identidade nacional, sequer uma cultura chamada brasileira. E por isso não se pode afirmar que há medo por parte de censores quanto a um filme nacional causar identificação - englobando-se aí sexo, violência, hábitos alimentares, danças, religião e tudo mais - com o grande público. Claro que há exceções. E elas confirmam a regra.  Abraço, Márcia

maccanek@zaz.com.br

(332) Marcelo Benvenutti

Assunto:  MACACOS BRILHANTES

Data: 30/01/01

"Punks de cabelo espetado? How british! As comidas dos filmes americanos não nos parecem familiares? Serão todos estrangeiros aqueles devoradores de fritas e hambúrgueres que super-lotam o Méqui todo dia? Lhes soariam mais verossímil um vatapá do que dois-hambúrgueres-alface-queijo-molho-especial?"

Bom dia, Márcia. Não seria melhor arroz com feijão? Arroz com feijão e bife mal passado está muito mais próximo da realidade que eu vivo. Compare a quantidade de MacDonalds com a quantidade de lanchonetes, bares e comidas por quilo, metro, régua, tãnãnã, existentes em Porto Alegre, por exemplo. Ou será que a maioria da população se alimenta de mactrac? Claro que não. E tu, certamente, também sabe disso. Que o MacDonalds, e isso é boato, mas eu não sou jornalista e então posso embasar minhas teorias em boatos, afinal, cada vez mais parece que vale a versão e não o fato, pressiona os órgãos públicos responsáveis pela fiscalização para eliminar os xizes e cachorros de urreal que proliferam pela cidade? Os punks de cabelo espetado podem ser anacrônicos. Podem fazer fiasco todos os anos na feira do livro expulsando aquela banca nazista a pontapés. Mas me parecem muito menos hipócritas que o Asterix destruidor de mactracs. Afinal, o Asterix só está defendendo os seus conterrâneos agricultores subsidiados da exportação de alimentos mais baratos do terceiro mundo para o seu país. O subterfúgio para esconder seus intentos é a mutação, o alimento modificado geneticamente e, nisso está certo, não por achar que o alimento transgênico vá afetar ou não a saúde humana, para isso seria muito melhor viajar até Santa Cruz e destruir plantações de fumo, subsidiados, é claro, mas pelo simples e óbvio motivo que o alimento fatalmente vai ser patenteado por algum laborioso instituto de pesquisas do Wisconsin ou qualquer porra dessas e este afamado centro de condicionamento científico cobrará royalties dos bobões que ousarem pensar em comer algum alimento feito da soja Nestlé ou a uva passa amarelo com gosto de cereja da Philip Morris. E, putz, quem afinal gosta de comer as gorobas do mactrac? E se gostam, quem sou eu pra proibir que eles comam? Cada um come o que quer, paga três, quatro reais por um negócio dentro de um caixa de isopor ou se empanturra de arroz com feijão e repete quando vezes puder numa lanchonete da Benjamin. Quem se importa com a saúde? Maconheiros cubanos existem? Vocês vão votar no Ciro Gomes por causa da Patrícia Pillar? Acham que a Sandi canta melhor que a Elis Regina? A única verdade é que o churrasco de domingo sempre fica bom quando vira o feijão da segunda-feira e o salsichão vira a farofada pra misturar. Só entrei umas quatro ou cinco vezes no MacAvel. O nescau gelado deles é bom, mas eu faço melhor em casa. Não comi nada. Lugar asséptico. Eu tenho medo. Parece hospital. Aquele hospital do If. Pessoas com corpos de ovelhas. Macacos que brilham no escuro. Fast-Food. Carros que voam. Multimídia. Um clone de Roy Orbison em Marte. Julia Roberts se lambuzando com um pastel gorduroso. Stan Lee chamando uma ambulância.

marcelo@benvenutti.com.br

(331) Márcia Dienstmann

Assunto: BRAZILIAN MOVIES, MAN!

Data: 26/01/01

Parou por quê? Por que parou? Vem cá, esse povo do Não não gosta mais não de uma boa discussão, não? Para não deixar a peteca cair, meto meu bedelho na carta do companheiro Fábio. Acho que não é por aí. Me pareceu uma desculpa saída pela tangente, como se tivesse um motivo sociológico e/ou antropológico para a censura de filmes nacionais. Partindo dessas ciências, o mercado nacional está mais para canibal mesmo: devora os de sua própria espécie. No máximo, regurgita filmes para o público, de maneira que possam ser engolidos, estabelecendo também quem deve engolir. E não vejo muitas diferenças culturais, a ponto da cultura brasileira (existe uma?) aparecer berrando na tela. "Olha, um brasileiro, que nem eu, trepando!!!" É a mesma ingenuidade de quem diz que o mendigo americano é diferente do mendigo brasileiro. Pô, fome é fome em qualquer lugar do planeta. O estombrago ronca de same way, companheiro! A mesma coisa vale para sexo e violência. A arma, acredito, é a mesma. Ou seja, não só o fim é o mesmo, assim como os meios.

Não vejo diferença nenhuma entre a sedutora Maitê e as estrelas americanas. Não vejo diferença nenhuma entre a violência dos Matadores do Beto Brant e um Pulp Fiction (ambos apresentam violências reais, verossimilhantes, cada um ambientado na sua terra). Se a censura fosse causada pelo medo da identificação, os filmes americanos seriam mais perigosos que os brasileiros. Sei que não falo só por mim quando digo que o Brasil de Central do Brasil, por exemplo, não é o meu. Independemente de gostar ou não (eu adoro Central), o fato é que estamos muito mais propensos a topar na rua com o Alex de Kubrick do que com a Dora de Salles. E por aí vai. Quem tem a realidade próxima de Vidas Secas a não ser um retirante nordestino? Pelo que eu saiba, em Porto Alegre não há muitos, a ponto de "criar uma identificação entre telão e público". Tá, sei que estou pegando exemplos cretinos. Mas é que servem exatamente para defender minha idéia. Aproveitando a onda do Fórum Social Mundial: vivemos em um grande Big Mac! Que digam isso os punks de cabelo espetado na frente do McDonald`s, protestando contra a globalização e o processo de exclusão social. Punks de cabelo espetado? How british! As comidas dos filmes americanos não nos parecem familiares? Serão todos estrangeiros aqueles devoradores de fritas e hambúrgueres que super-lotam o Méqui todo dia? Lhes soariam mais verossímil um vatapá do que dois-hambúrgueres-alface-queijo-molho-especial? Fábio, olha só: achei a tua idéia nova, interessante mesmo. Mas alguns pontos devem ser revistos, antes que algum censor leia e conclua "ahhhhhhh, pode ser". Márcia

maccanek@zaz.com.br

(330 ) Fábio Moraes

Assunto: SEXO, PÚBLICO E CENSURA EM "TOLERÂNCIA"

Data: 9/01/01

Olá, Não assisti ao filme, mas li seu texto. Creio que, às vezes, a ignorância do objeto até facilita uma discussão, melhor, uma argumentação. Vejamos:

gerbase> "Dessa maneira, é possível classificar os classificadores em uma três alternativas abaixo:

a) débeis mentais pagos por nós (contribuintes), pois não têm qualquer critério para fazer a classificação;

b) pessoas de má fé, que livram a cara de filmes estrangeiros e prejudicam um filme brasileiro;

c) incompetentes crônicos, que não sabem o que estão fazendo.

Escolha, caro leitor. Pra mim, tanto faz. Eu só queria, para o nosso filme, o mesmo tratamento dado para os outros."

Concordo com a idéia do seu texto. E gostaria de acrescentar uma possibilidade do porquê filmes brasileiros seriam avaliados mais duramente que os estrangeiros. Talvez, o fato de ser falado em português, com atores nacionais (gente "conhecida") e em um universo mais próximo do brasileiro (cidades, costumes, culinária, tradições, palavrões, etc) ajude a explicar o absurdo. Os filmes estrangeiros, por melhores que sejam (não em todos, mas em quaisquer sentidos), no fundo não nos dizem nada sobre nós mesmos. Melhor, dizem, claro, mas em forma de alegoria, parábola, sempre tendo que passar por algum filtro (nem que seja o das legendas: não podemos apreciar a obra por inteiro, temos que ler além de observar).

Já um filme nacional não dispõe da filtragem (no sentido sociológico que pretendi expor). Ele nos vem mais cru, mais compreensível em suas nuances. Um assassinato em filme americano é uma alegoria a que não nos remetemos como nossa. A arma é estranha, os valores morais pelo qual o "bandido" está sendo morto nos causam estranhamento, o motivo às vezes nos passa desapercebido. É, enfim, algo que não "parece" ofensivo: um filme "inofensivo", por mais mortes e sexo que contenha. (Também estranhamos o sexo deles: o fetiche está nos seios, as roupas sedutoras não seriam as que usaríamos, etc.) Já no filme brasileiro é tudo mais verossímil. Por mais absurdo que a trama seja (repito: não assisti a "Tolerância" - estou falando em termos gerais), ela remete, queira ou não, a valores nossos, ainda que "gestálticos", tangenciais.

Talvez isso explique o aparente absurdo da classificação. O filme nacional seria mais contundente, mais "perigoso" (na visão do classificador) que qualquer filmes estrangeiro. Óbvio que o classificador não racionaliza tudo isso: ele o intui. É como o adolescente que é xingado em outra língua. Ele acha "legal", pede para apre(e)nder o palavrão e o sai repetindo, sem se sentir ofendido. Se xingado por uma ofensa equivalente na própria língua, ele pode até partir para o uso da força, sentir-se magoado, etc. Quero com isso somar à discussão, não explicar o comportamento do classificador, tampouco a validade do sistema classificatório.

Abraços cordiais, Fábio Moraes.

fabiomoraes@hotmail.com

(329 ) Márcia Dienstmann

Assunto: MAIS CENSURA

Data: 07/01/01

A questão da censura no cinema colocada pelo Gerba-z é muito interessante. Deixa ver se entendi: torna-se um elemento "censurável" em uma coisa aparentemente sem importância quando ele (o elemento) está inserido em um contexto débil mental. Tá, tudo bem, acho que a não debilização dos significantes pode ser um dos motivos que levou Tolerância a ter censura 18 anos. Mas há ainda, inegavelmente, um grande preconceito com filmes nacionais. Quem assistiu Tolerância em uma sala de um shopping center em uma sessão "normal" (com um público bem diferente do da pré-estréia) sabe o que estou querendo dizer. "Ah, mais uma pornochanchada". Sim, ouvi muito essa frase durante a projeção e ao final. E convenhamos: muito desse estigma, da síndrome da pornochanchada, se dá graças a tal classificação 18 anos. Acompanhem meu raciocínio: Tolerância não perdeu um público apenas com menos de 18 anos... a verdade é que a tarja "18 anos" assusta muitas pessoas, que acabam fugindo do filme. Pensam "tudo bem, depois eu pego em vídeo para ver sozinho em casa, sem ter perigo de me sentir constrangido na frente de ninguém". Infelizmente, é um bom filme pagando o pato da censura.

Claro, assim como a tarjinha espanta, ela também atrai. Mas, sinceramente... acho que espanta muito mais que atrai. O povo brasileiro (embora berre o contrário) é extremamente preconceituoso e conservador. Prova disso também pode ser a música, com as bandinhas insuportáveis de axé, pagode, samba e equivalentes, dizendo ao povo coisas que ele quer ouvir. Na música, a teoria da banalização dos elementos também é aplicável, apenas se dando apelidos a elementos censuráveis. O mesmo contesto juvenil cabeça-de-vento, onde o pênis, o caralho, o pau é o pinto ou o tchan. Buceta é muito feio, vagina é científico demais... a tcheca! Perfeito, vamos todos sufocar em mais um verão anti-higiênico, ouvindo nossos vizinhos retardados com o som do carro a todo volume na mais nova Dança da Garrafinha! E que a censura continue fodendo com filmes e músicas legais.

maccanek@terra.com.br

(328 ) Luís Augusto Popucchi

Assunto: VERÔNICA NUNES

Data: 01/01/01

A garota Veronica Nunes descreve muito bem o pensamento-base do sexo feminino em geral, de mulheres católicas e circuncidadas a ferro em brasa. Quero dizer que poucas são as garotas que assumem a própria sexualidade. O que parece é que elas têm é nojo de sexo, com o cu-doce novelesco que fazem, tratando o cara por meses a seco, no mais cruel jejum, para então "entregarem-se" a ele.

Não quero dizer que não curti o texto. Não quero dizer que a Veronica não escreve bem e que a garota veronica seja quadrada ou deva sair por aí levantando a saia com a pepeca em flor. Nada disso.

Mas as garotas confundem vulgaridade com sexualidade, com maturidade sexual. É por isso que tem muita puta aí que é mais mulher que muita garota "de família", de pepequinha seca e cheirosinha, intocável.

E tenho amigas que já quis das um trato, sim. Isso é humano. E algumas disseram sim, outras, não. Outras, ficaram só na fantasia. A mulher tem um apelo irresistível, por menos que queira parecer sexual.

Os textos antagônicos de Ariela Boaventura (Todo mundo quer trepar) e de Veronica Nunes (Resposta feminina) ficam aí para reflexão das garotas. Ou não.

Luís Augusto Popucchi, um cavalo tarado.

plasil_mg@hotmail.com

(327) Daniel

Data: 01/01/01

Assunto: CLASSIFICAÇÃO 18 ANOS DO TOLERÂNCIA

Segundo o texto do Gerbase, eu imagino que talvez Tolerância realmente merecesse uma classificação 18 anos. É difícil julgar este tipo de coisa, até porque cada pessoa tem uma educação diferente e o nível de discernimento para encarar as situações varia bastante entre pessoas da mesma idade. O que se questiona é o fato de filmes com cenas mais fortes receberem classificação de idade menor do que Tolerância. Dito isto, me pergunto até que ponto a classificação do filme teria afetado a bilheteria. Será que os menores de 18 anos são a maioria das pessoas que frequentam cinema? Eu acho que não.

Talvez o (ainda) preconceito em relação ao "cinema nacional", expressão usada até de maneira pejorativa nas cartas que o texto mostra, seja o maior problema. Não sei se isso tem concerto. Na própria coluna de cinema do Gerbase no TERRA, filmes do mesmo estilo de Tolerância praticamente não são comentados pelas pessoas, porquê elas não se interessam por este tipo de filme. Lembro quando o Gerbase comentou sobre Amigas de Colégio, recebeu uma carta. Já quando comentou sobre Gladiador, recebeu dezenas.

floyd@ee.pucrs.br

(326 ) Katherine Funke

Assunto: VITÓRIA

Data:01/01/01

Quatro edições já são uma vitória. Notei, ao correr do ano, que foram menos que em 99, quando conheci o NÃO. Mas... foram 4! E que venha mais. Por favor!!! A propósito - se é o Gerbase que está lendo - adorei "Contos Cinematográficos"... Katherine Funke, 19, estudante. (editora do falido e-zine Acta Noturna, que não suportou mais do que 1 ano e morreu em julho de 2000). Joinville-Santa Catarina

kathi@zaz.com.br

PRÓXIMAS
ANTERIORES
TODAS
GERAL