NÃO ENTENDI
Luís Augusto Fischer
 
 Trabalhei na Prefeitura de Porto Alegre na gestão do Tarso, até o ano passado. Já havia então a bronca sobre a Pista de Eventos. Cheguei a participar de reuniões, uma delas no Galpão Crioulo, se é que se chama assim aquela churrascaria do Parque da Harmonia (que em péssima hora o Collares, quando prefeito, resolveu chamar de Parque Maurício Sirotski, isso não sem antes tentar mudar o nome da avenida Ipiranga para o mesmo Maurício Sirotski, homenagem oportunista que a viúva, Ione, teve a gentileza e o bom-senso de recusar). Em todo caso é isso, essa ronha já andava pelo ar. Na época, se dizia, parece que com razão, que o Tradicionalismo se recusava a aceitar a companhia dos carnavalescos. Não sei direito.

(Falando nisso: por que diabos ou santos o carnaval de Porto Alegre se embala por um acompanhamento musical tão acelerado? Não dava pra imitar os cariocas naquela levada mais macia? Isso tem a ver com nosso espírito marcial, militar? E por que o regente da bateria, aqui entre nós, vai num púlpito, e de luva branca, e não no meio da galera, como faz o pessoal do resto do país? Complexo de inferioridade compensado?)

Agora voltou essa bronca de Pista de Eventos. Eu não tenho certeza de nada, agora que só acompanho a coisa pelo jornal e pela tevê e pelo rádio, isto é, sem participar de reuniões políticas. Mas não entendi por que a Pista tem que acontecer ali no lado do Gigante. Não dá pra negociar?

Tá certo, me pareceu que a oferta dos políticos do PMDB, de usar a Antônio de Carvalho, é mesmo oportunismo puro; mas não tem como conciliar? Os argumentos contra, ditos pelo Raul, me pareceram pouco e poucos, e insuficientes. Quando se passarem os anos, a gente talvez nem se preocupe mais com o processo da história. Pode até ser que a Pista fique melhor ali mesmo, na beira do rio, como pode ser que, vistas as coisas lá em 2030, se mundo houver até lá, a Pista venha a parecer uma coisa menor. Mas olha, que torração essa polêmica, do jeito que anda.