NÃO À GUERRA
editorial de Jorge Furtado, 23/03/2003
 

Os governos dos Estados Unidos, a Inglaterra e a Austrália, neste momento, estão jogando bombas sobre Bagdá, uma cidade de 5 milhões de habitantes. O motivo? Ninguém entendeu bem. Trata-se, conforme declarou o presidente George W. Bush, de uma "guerra preventiva", isto é: existe a possibilidade de o Iraque atacar alguém e, antes que ele o faça, está sendo atacado. Como existe a possibilidade de qualquer país atacar qualquer país no futuro, a lógica libera o genocídio preventivo.

George W. Bush e Saddam Hussein se parecem: são milionários, fanáticos religiosos e chegaram ao poder sem a legitimidade dos votos da maioria. Saddam é um assassino reincidente, já matou milhares de pessoas, iranianos, kwaitianos e curdos. George W. Bush, o presidente mais burro da história americana, quando era candidato ao governo do Texas declarou que "só quem acredita em Cristo chegará ao céu", esquecendo que o repórter que o entrevistava era judeu. Bush teve sua campanha financiada pela indústria armamentista e agora paga a conta gastando seus estoques de bombas sobre a população iraquiana.

Segundo pesquisas, a imensa maioria das populações de quase todos os países do mundo (única exceção: os Estados Unidos) é contra a guerra. Mas a cobertura de imprensa, inclusive a brasileira, é incrivelmente belicista. "Especialistas" em armamentos revezam-se nos telejornais louvando as maravilhas tecnológicas dos armamentos americanos, descrevendo em detalhes tudo menos o essencial: são máquinas de matar gente. Locutores repetem à exaustão a última palhaçada do marketing, o nome da guerra, "liberdade para o Iraque".

A novidade desta guerra é a internet. Desde 1991, quando a guerra do Golfo parecia um videogame da CNN, a internet cresceu muito. Para se ter uma idéia, a única emissora de televisão a mostrar imagens do primeiro ataque foi a portuguesa, furando a CNN e a BBC. Os portugueses tinha uma pequena câmera digital, um celular e uma parabólica de armar. Se a guerra do Vietnan foi abreviada pela cobertura da televisão, que inundou os lares americanos de imagens chocantes, talvez esta guerra possa ser abreviada pela ação da internet.

Por isso esta página da internet. A idéia é publicar textos e imagens CONTRA a guerra, que não param de surgir de todos os lados. E também divulgar outros sites CONTRA a guerra.
 

Jorge Furtado
jfurtado@portoweb.com.br