Não Cartas (301-325)


(325) Rodrigo Guri

Assunto: MILÊNIO

Data: 31 de Dezembro de 2000

Dá-lhe gurizada medonha do Não e arredores! O milênio aí, caindo de maduro, e vocês nada de nada de nada, hein? Cadê o povo esperto que ajudou a eleger o Raul e o Olívio? Cadê as análises equilibradas ou nem tanto sobre o Fórum Social Mundial e a semana em que Porto Alegre será a capital do mundo civilizado? Onde a fúria de quem sempre se considerou a vanguarda da vanguarda? Em que esquina da História foi se esconder o passado, agora que o futuro chegou e faz cara feia pra 80% da população do planeta? É como dizia Marx: mas como é mesmo que Marx dizia?

Saudade de mim mesmo, Rodrigo.
rodrigoguri@hotmail.com

(324) Jorge Furtado

Assunto: RE LISTAS

Data: 28 de Dezembro de 2000

Alô Igor:

Tu tens razão, não lembrei de nenhum começo bom de livro ruim, mas certamente existem. Recebi um e-mail com uma ótima sugestão, o imbatível começo dos livros do Snoopy, "Era uma noite escura e tempestuosa...". Lembro de uma história ótima do Snoopy: "- Comprei para você um São Bernardo. Dei a ele o nome de Grande Relutância. Assim, quando eu partir, deixarei você com Grande Relutância. Ela bateu nele com a máquina de fazer wafer".

Goya duas vezes! Ótimo, sobrou espaço para mais um. Poderia ser a chance de corrigir heresias incluindo Monet ou Munch. Mas prefiro incluir Saul Steinberg.

O nome da fralda é Pampers e não Pumpers. Mas acho que a versão brasileira deveria ser Pumpers.

Jorge Furtado
jfurtado@portoweb.com.br

(323) Igor Freiberger

Assunto: Listas

Data: 27 de Dezembro de 2000

Muito boa a lista "Dez melhores começos de livros". Nunca tinha pensado nisso. É curiosa a coincidência entre bons começos e bons livros, mas provavelmente essa é uma observação viciada: dificilmente um mau livro é salvo por um bom começo.

Entre os pintores, Goya aparece duas vezes. Dali, Turner ou Escher ficam bem no lugar que sobrou. Mas essa já é minha lista...

Igor Freiberger

(322) Marcelo Träsel

Assunto: RÉPLICA MASCULINA

Data: 24 de dezembro de 2000

Vamos ver se entendi o texto da veronica nunes no NÃO 73. ela acusa os homens de ficarem excitados quando estão com uma mulher, e, de uma maneira geral, por quererem fazer sexo com as mulheres. ok, ok, estou reduzindo bastante as idéias do texto, ela estava se referindo aos homens que não conseguem controlar a própria testosterona. mas a idéia subjacente é esta, os homens são culpados de quererem fazer sexo e as mulheres acusadas de não gostarem de sexo. no fundo, todos os homens sentem vontade de fazer sexo com as mulheres que passam em sua frente. e isso é normal. boys will be boys, não temos culpa de nascermos com testículos produtores de hormônios. é claro que deveríamos aprender desde meninos a controlar a testosterona. alguns aprendem, outros são ignorantes. basta observar os pedreiros para se ter uma noção de qual o tipo de homem que acaricia meninas contra a vontade [delas] em casas noturnas. o problema com o texto da veronica não é o diagnóstico, é o apontamento da causa. meninos não são neandertais tarados que só querem sexo e por isso tascam a mão em qualquer bunda. isto equivale a dizer: "menino: ruim, menina: bom". meninos querem muito sexo, é verdade, mas isto devido a questões biológicas, e não morais. e nem mesmo se pode considerar como ruim. eu, ao menos, não acho ruim querer trepar com meninas bonitas. e meninas bonitas, em minha opinião, não deveriam achar ruim meninos quererem trepar com elas - aliás, esta visão do sexo como um FAVOR que as mulheres fazem aos homens está errada, mas é tema para um artigo. resumindo, até agora: meninos querem comer meninas porque têm níveis elevados de hormônios. o que não é de maneira alguma desculpa para eles saírem por aí agarrando meninas à força ou as constrangendo. estes homens são ignorantes sem a mínima finesse ou capacidade de sedução. mas aí eu me pergunto por que as meninas freqüentam locais cheios de ignorantes. porque querem? bom, neste caso acatem as conseqüências de assistir a um grenal na coréia. coisa típica de mulher, querer que o mundo se adapte a elas. se sabem que os homens vão pensar que vocês querem dar se forem queimar um na redenção e isto incomoda, então por que diabos insistem em ir queimar um na redenção? ora bolas. e já que provavelmente vou ser apedrejado mesmo, vou ao menos falar todas as minhas opiniões sobre o assunto:

1. as mulheres têm vontade, sim, de dar para os homens, tanto quanto eles tem de comê-las. mas ficam fazendo doce porque, enfim, são mulheres.
2. mulheres são paranóicas e acham que os homens só querem comê-las. pode ser verdade muitas vezes, mas nem sempre.
3. o texto é machista por assumir que as mulheres não sabem se cuidar sozinhas e, por isso, os homens precisam mudar suas atitudes para protegê-las. se dessem uns tapas em caras imbecis, eles deixariam de sê-lo logo, logo.
4. existe uma conspiração mundial politicamente correta ditando que ser homem é errado que meninos devem ser educados como meninas.

é, ficou meio caótico. mas estou sem paciência de organizar.

trasel@portoweb.com.br

(321) Daniela Ribeiro

Assunto: TEXTOS

Data: 01 de Dezembro de 2000

Olá, sou estudante de História na ULBRA e gostaria de saber se é possível fazer o download de todos os textos  do NÃO para uma pesquisa que estou fazendo na disciplina de Rio Grande do Sul. Estudamos a formação da identidade do gaúcho e muitos textos do site de vocês são extremamente interessantes para nossas discussões, só que fica complicado para que eu acesse a Internet  e fique horas lendo, ou recortando/colando os textos para o meu computador. Portanto, peço uma alternativa para "baixar" o acervo do site, que de forma alguma será usado de forma indevida, servindo como rica fonte de pesquisa. Aguardo uma resposta ansiosamente.

Obrigada, Daniela Ribeiro
misshyde@bol.com.br

(320) Diogo Mainardi

Assunto: MEREÇO

Data: 26 de Outubro de 2000

Jorge,

Leio a revista que vocês fazem - Não! - e gosto. Acho graça que vocês peguem no meu pé. Mereço.

Diogo Mainardi
d.mainardi@libero.it

(319) Alexandre Nix

Assunto: OBRIGADO!

Data: 21 de Outubro de 2000

Não sei bem por onde começar esse email... ainda estou digerindo tudo que vi e li mas aqui vai: Primeiro uma breve apresentação: Meu nome é Alexandre "Nix", tenho 23 anos e moro no Rio de Janeiro. Estudo Comunicação na ESPM. Trabalho entre outras coisas como designer, gerente de conteúdo, webdesigner e programação visual. Pronto.

Depois de ver o endereço de vocês na WEB através da Revista Trip, resolvi dar uma verificada. Pasmem! Que choque tomei. Ainda estou meio tonto com a versão vitual de Não. Eu gostaria de expressar meus sinceros agradecimentos e admiração por essa obra.
Finalmente vou poder ler alguma coisa decente na web escritos por pessoas no Brasil. Admiração e um pouquinho de inveja (mas da boa) pois sou um fanzineiro frustrado, um cronista quase frustrado e um universitário frustradíssimo com o meu meio.

O caso é que edito um zine de uma página para a faculdade e só tenho certo 8 leitores dos quais 5 conseguem entender mais do que 80% das coisas que escrevo (que não é grandes coisas). E para remediar essa situação, procurei saber se alguém da
faculdade estaria interssado em participar e ninguém estava afim de escrever necas. Triste, né? Fiz um sítio cultural que foi pouquíssimo visitado mesmo com atualizações diárias (www.geocities.com/rcultural). Então já estava meio que desiludido com a vida e quase matando meu senso crítico para que pudesse sobreviver mais uns anos. Graças ao Não não
precisei fazer isso. Obrigado mesmo.

[]s Nix
rio20749@terra.com.br

P.S.: Se vocês estiverem precisando de crônicas, estou a disposição e louco pra fazer parte de alguma coisa nobre assim. Tem alguma coisa minha escrita no sítio para onde esse link acima aponta.

(318) Luiz Afonso Franz

Assunto: TRISTEZA

Data: 16 de Outubro de 2000

Fiquei chateado ao ver o Não 72 aprofundando-se na linha já sugerida pelo 71: são, ambos, Nãos recheados de fantasias e delírios sexuais adolescentes. São nãos punheteiros. Uma lástima. Mas a tendência me parece inevitável na medida em que o pessoal do
COL assume o Não. Até o número 70 as coisas estavam bem divididas: adolescentes curtiam o COL, adultos deliciavam-se com o Não.  Agora virou tudo a mesma coisa, e quem já passou da fase de fantasias e aberrações sexuais ficou sem nada pra ler.

Não dá pra reverter? Não dá pra gurizada do COL ficar com o seu produto e deixar o Não pros velhos? Ô, gurizada: vocês estão meio polvos, abraçando tudo. E, embora se julguem mudernos e brilhantes, estão mostrando ser uns pasteurizadores, fazendo tudo sempre igual, adolescente e repetitivamente. Abandonem a barca do Não, pelamordedeus. Talvez vocês não acreditem, mas tem gente que não tem como interesse máximo na vida bater punheta na frente de uma tela.

Luiz Afonso Franz
lafranz@zaz.com.br

NOTA DO EDITOR: Tudo o que a gente queria era que o pessoal do COL assumisse o Não de uma vez por todas, pra gente poder se dedicar a nosso esporte favorito, que é (adivinhem) bater punheta na frente de uma tela. Valeu, Franz. Giba.

(317) Alex Rodrigues

Assunto: NÃO 72 - ANISTIA

Data: 16 de julho de 2000

Como leitor desta revista virtual, e lendo a convocação para o próximo número, dou a minha opinião sobre o que deve ser tratado no NÃO 72. Como, penso eu, os números anteriores estarem muito literários, bonitinhos, moderninhos e sem sal, quero ver um número com uma temática totalmente política e aberta a todas as tendências, inclusive as direitistas. Está certo, uma revista tem um editor. Um editor, edita. Ou seja, seleciona de acordo com a linha editorial previamente estabelecida. Ou pauta os outros. O que já é muito mais difícil. O que eu proponho é simples. Como notei a diminuição do número de cartas, isso equivale, ou não, dizer que as últimas edições foram insossas e desnatadas. Quero polêmica. Sempre mais. POLÊMICA!

Então, sr. editor do NÃO, deve ser um senhor pois o NÃO está ficando muito careta, e careta não vem da idade, vem da mentalidade, o próximo número deve ser como uma verdadeira democracia participativa. ABERTO! Escrevam sobre Capitalismo, Comunismo, Marxismo, Fascismo, Globalização, Mais-Valia, Marxismo, Brasil, FHC, ACM, Olívio, GM, Neonazismo, Anarquismo, PunKismo, Hippiesmo, Bundamolismo, Celibato, Catolicismo, Estoicismo, Narcisismo, Cinismo, Hipocrisia, Celular, Física Quântica, Israel, Palestina, China, Turquia, Curdos, Albaneses, Fome, Miséria, África, Ditaduras, Racismo, Burguesia Nojenta e Burguesia Alienada, Governo, Religião, Sexismo, Homossexualismo, Absolutismo Disfarçado, Almoço ou Janta, Novalgina, AS, Neosaldina, Estricnina, Argentina, ET's, Vera Fischer ou Lucinha Lins, Daft Punk ou Marisa Monte, De Falla ou Daniel, Perseguição ou Anistia, Paredão ou Elián, Bill Clinton ou Bill Gates, Veríssimo ou Marieta Severo, Serra ou Ciro Gomes, DVD, MP3, Direitos Autorais, Trotski, Rádio ou Internet, Cinema ou Passeio no Parque, Elvis, The Pelvis, Banana Nanica, Turismo Sexual, Bonde Elétrico, Lobo Mau, Vovozinha, Guevara, Guernica e Guebase.

Um Abraço de um fiel leitor,

Alex Rodrigues
nuremberg45@hotmail.com

(316) Ronaldo Bressane

Assunto: Da Revista A

Data: 8 de Julho de 2000

E aí, negativos, beleza? Parabéns pelo novo site. Tomaram vergonha na cara, hein? E qdo é q vcs vão colocar a Revista A na seção de links?

O 72 está em confecção? Qria mandar alguma coisa pra vcs. Já escrevi umas duas vzs - mas, provavelment ñ escreverei mais, c vcs ñ responderem...

abraços, Ronaldo Bressane

Revista A - Literaturas e outras idéias desalinhadas
http://www.revistaa.com.br
texto@revistaa.com.br

Nota do Editor: Já faz meses que queremos atualizar o "Não recomenda", nossa seção de conexões (e a Revista A certamente será incluída, por vários motivos). E também já estamos algum tempo atrasados na convocação do Não 72. Alguém se habilita?

(315) Santiago

Assunto: Caro Furtado

Data: 30 de junho de 2000

Se eu consegui ser mal-entendido por um cara inteligente como tu, isto me preocupa e nessas horas fico pensando que eu deveria me recolher aos meus desenhos e parar com esta bobagem de escrever. Na questão do que te pareceu xenofobia (carta a respeito do relógio dos 500 anos),  explico.

O que eu queria passar  era a idéia de que é cara de pau alguém chegar num país e depois de um tempo estar comercializando mercadorias baseadas em datas históricas do lugar. Eu pelo menos não teria coragem de ir para a Áustria e vender objetos calcados nos brios patrióticos daquele país. Este tipo de comércio é antipático exercido por qualquer pessoa , mas soa mais antipático ainda se feito por quem foi acolhido aqui (tão bem acolhido que chegou a comer as nossas melhores mulheres!). É claro que tem direito de vender o que lhe der na telha, e eu tenho o direito de chamar isto de oportunismo.

Tenho o maior respeito e carinho pelos estrangeiros que vieram para cá construir este país (o meu avô e a minha avó vieram da Catalunha para isto). Tenho certeza que os meus grandes amigos estrangeiros entenderam o que eu queria dizer, em todo caso aos que possam ter entendido como generalização, só me resta dizer: perdão, perdón, pardon, sorry, scusa.

SANTIAGO

PS: Só acho que para ficar com peninha do relógio não é preciso as boas cabeças do Rio Grande. Para o departamento de choradeiras temos os cães amestrados da grande imprensa que fazem isso melhor do que nós.

(314) Nani Silveira

Assunto: O jornal está ótimo!

Data: 14 de Junho de 2000

Oi pessoal. Adoro o não-til e fiquei mais feliz ainda quando vi matérias de dois amigos. A Simone Mollerke tem textos e poesias ótimas, que tenho o prazer de receber toda hora por e-mail. O texto sobre os anos 70 está ótimo e concordo plenamente com a Simone que o sentimento de solidariedade está meio escasso. O Mauro Dahmer também escreveu um texto ótimo, que me
fez lembrar minha adolescência quando éramos amigos, que saudades...

Mas, realmente  devo concordar com o Mauro e informar à Simone, que Porto Alegre, assim como nós, está muito melhor hoje, a produção cultural é maravilhosa e um  exemplo disto é este jornal. Gostaria que me enviassem o e-mail do Mauro ou passem este recado para ele.

Abraços, Nani

nanisilveira@ig.com.br

(313) Marília Veronese

Assunto: NÃO 71

Data: 6 de junho de 2000

Ô, essa gurizada parece furiosa mesmo. Esse setenta e um tá tri. Seu defeito é a gente não poder ler todos os textos duma vez só, o que talvez seja bom, pois aí pode-se ler uns dois ou três por vez, antes de dormir ou ao acordar, rapidinho antes de sair... Bom, mas esses comentários dispensáveis NÃO são o motivo desta carta, e sim cobrar daquele que ficou responsável pela FESTA do NÃo
(teria sido o Gerbase? NÃo lembro agora) há meses atrás e desistiu, ou então não botou o convite no ar. E aí? Quando sairia essa festa para leitores, colaboradores e demais interessados?

Abraços a todos

mveronese@cpovo.net

(312) Álvaro Magalhães

Assunto: PROTESTO, PUNHETA E VACILO

Data: 11 de maio de 2000

Os escritos do Werner, do Fischer e do Gerbase confirmam que estamos mesmo velhos e responsáveis. Quando se tem formas de agir não-masturbatórias, mais eficazes, podemos chamar os outros de punheteiros. É do que nos chamavam na época da ditadura, nos 70. Essa destruição revela revolta e vacilo. Não estou defendendo a destruição, até porque me omiti do ato público e não fui ver nada: nem vi os gaiteiros, nem o relógio, nem a destruição. Agora, o vacilo dos governos locais, principalmente o municipal, está na pouca capacidade de compreender as disputas nos campos simbólico e cultural hoje. Faltou assessoria, faltou diagnóstico, faltou liderança. (Gerbase: isso nada tem a ver com disputas internas do PT.) A Globo e a RBS estão na delas, fabricando cultura nacional e regional. Por falar nisso, a prefeitura (e a gloriosa cidadania local) é que redescobriu o espaço da orla do Guaíba, e Por-do-Sol era um nome de um projeto de música da SMC, que nos bons tempos levava bastante gente para curtir música de artistas locais. Mas isso é passado. A partir de sábado, é um anfiteatro público/privado. Vamos ver no que dá. Estou no camarote.

Álvaro M.

(311) Werner Schünemann

Assunto: AS CORTES OU AS COORTES?

Data: 11 de maio de 2000

Notícias sobre o tal David Spencer Hunterhood. Um amigo de Berkeley envia e-mail com um artigo do referido comentarista sobre sua viagem, segundo ele, "ao sul do subdesenvolvimento". Apesar de, pelo jeito, cinema ser o seu prato predileto, nesse texto o assunto é a "alarmante condescendência" que diz ter encontrado neste país estranho onde "a falta de indignação se alicerça sobre um fraco sentimento de culpa." Segundo ele, culpa é coisa de que brasileiro raramente fala. E aí ele entra no cinema. Traduzo como posso: "Na capital do estado mais ao sul, Rio Grande do Sul, meus hospitaleiros anfitriões quiseram que provasse o que, na opinião deles, era uma novidade. E da qual pareciam se orgulhar: o cinema feito fora dos centro Rio de Janeiro e São Paulo - imaginem, Rio de Janeiro e São Paulo são considerados 'centros'. Bem, assisti a alguns filmes, talvez a três de duração normal, ou seja, insuportavelmente longos e ainda a mais de dez irritantemente curtos. Que, por outro lado, me deixaram grato por não serem também mais longos. Não interessa aqui uma análise dos filmes um a um, mas registrar com alarme o que se anda fazendo em nome do cinema por todo o planeta. Em meu desespero, mergulhado em toda aquela merda, pensava: intolerância ou compaixão? Afinal, dêem uma mercedes último tipo a tribos nômades da África Central e logo estarão transportando porcos e galinhas nela." A primeira coisa que pensei? "Porcos devem ser os longas, os curtas são as galinhas. " Seguindo o comentário, ele abandona o cinema mas o tom é esse aí. Quem foi, afinal, que convidou e ciceroneou a peça em POA?

Werner Schünemann (suinocultor, avicultor)

wernered@zaz.com.br

(310) Carlos Gerbase

Assunto: PROTESTO PERFEITO

Data: 10 de maio de 2000

O protesto perfeito seria o seguinte: construir, dia 21 de abril, ao lado do relógio dos 500 anos, em local autorizado pela prefeitura, uma réplica quase perfeita, do mesmo tamanho, com as mesmas cores, com os mesmos ponteiros (que não precisariam se mover). A seguir, marcar a Grande Festa da Destruição do Relógio para o dia 22. E todos nós (menos eu, que estava em Santa Maria da Feira, descobrindo como a imprensa portuguesa é menos colonizadora que a nossa) dançaríamos, gritaríamos, cantaríamos, apedrejaríamos e queimaríamos o símbolo. Porque, vamos convir, o relógio, o monumento em si, não era nada, mas seu valor simbólico era monumental. O efeito protestante seria igual, ou até maior, do que o obtido com o vandalismo real. E, de quebra, retiraríamos o Olívio daquela sinuca de bico em que, pra variar, foi colocado por seus pares, tão díspares ideologicamente quanto ímpares em atitudes insensatas. Tô com o Werner na questão do diagnóstico: foi recalque mesmo, foi fruto de impotência sexual e social, foi uma punheta ideológica. Mas não tô com o Werner no tratamento. Em vez de prender os caras, tinha que dar pra eles um curso rápido de Marcenaria Semiótica.

gerbase@zaz.com.br

(309) Werner Schünemann

Assunto: O RELÓGIO E O PROTESTO

Data: 5 de maio de 2000

Monumentos precisam de atestado de nacionalidade para ter valor reconhecido? Precisam de plebiscito para serem construídos? Precisam de apoio ideológico em alguma votação específica? Mas que baboseira interminável é essa? E o Cristo do Corcovado, por acaso é brasileiro? Construído por um francês mestiço austrícaco, com dinheiro francês (a França, na época, era o sonho de sofisticação da elite brasileira), representando um rapaz judeu que inspirou a criação de uma igreja multinacional européia - e alguém acha que deveríamos relativizar a desaprovação de um eventual vanadalismo com o monumento? Chega de pensar mesquinho. Nossos amigos foram selvagens e criminosos, sim. Hans Donner sabe mais de estética que o escultor do laçador com seu realismo infantil. Chega de baboseiras! O Governador falhou em não condenar o ato. Protesto? É mesmo? Alguém percebeu naquilo algum protesto? A mim pareceu recalque. Coisa de derrotado. Protesto é uma reflexão alternativa contrária ao pensamento estabelecido. Destruir monumentos é coisa de incompetente sexual. Coisa de quem brocha uma vez por semana.

Werner
wernered@zaz.com.br
 

(308) Pedro Lucas

Assunto: SOBRE OS DONOS DA TERRA BRASIL

Data: 3 de maio de 2000

A partir dos mitos do povos chinguanos narrados por Orlando Vilas Boas, os representantes do poder público da Bahia concluíram que os nossos heróis ameríndios não são menos sádicos, belicosos e trapaceiros (mesmo do ponto de vista de sua própria cultura) que os irmãos europeus que aqui aportaram. O que não justifica a ação criminosa dos últimos, mas traz à luz o seguinte fato: O índio, hoje ainda no paleolítico inferior, fatalmente chegaria à mesma organização socio-politica de um império Asteca, Grego ou Romano. Melhor sapecar esses tapuias, pensaram as autoridades baianas, arriscar para quê né?

Pedro Isaïas Lucas
pedrol@vortex.ufrgs.br
 

(307) Tito Mateo

Assunto: MULHERES

Data: 3 de maio de 2000

Estive não lendo o 69 em 3 de maio de 2000 e descobri que essa coisa chata de gaúcho se resume em poucas palavras, se tiverem saco de continuar lendo. Não entendesse gaúcho aquele que nasce no Rio Grande do Sul. Gaúcho é uma nova cultura que surgiu quando os jesuítas conheceram a única coisa que eles não conheciam na Europa...mulheres. Daí para frente foram 200 anos de fugas. Esvaziando as missões e povoando a Argentina, o Uruguai e essa beira de Brasil. Os jesuítas fugiam levando 9 ou 10 mulheres,  de todas as tribos, mas preferencialmente guaranis que eram as mais meigas e dóceis. E viviam como milk-shakes árabes no sul do sul da América. Entendesse gaúcho como: o dono da terra, do ouro, de Deus e das mulheres. Enfim somos todos gaúchos.  Tchau tchê.

Tito Mateo
t.mateo@zaz.com.br
 

(306) Altenir Silva

Assunto: FRASES 70

Data: 29 de abril de 2000

Sobre o não 70, mando algumas frases:

Paulo Leminsky: "Quem tem Q.I. vai..." (O homem do Catatau, que viu Nassau e Descarte fumando maconha perto de um polaco)

Manuel dos Santos: "Finalmente o capitalismo está conseguindo chegar ao socialismo - do jeito que vai, amanhã a maioria do povo será igual - todos miseráveis." (Morto na casa do Dr. Romualdo, que o flagrou trepando com sua esposa)

Cabralzinho: "Mais fortes são os podres dos poderes!" (Contínuo da Câmara Municipal de Morretes - PR - A cidade que inventou o Barreado)

Leôncio de Souza: "Vitória, Vitória, Vitória!" (Apenas um torcedor em dia de clássico BAVI)

Curiosidade:  Gostaria de saber se na Casa de Cinema tem mais colorado ou gremista? Essa pesquisa é de fundamental importância e não custa nada fazer. Me respondam.

Um grande abraço, Bolinha, registrado como Altenir Silva
altsilva@uninet.com.br
 

(305) Renato Wolff

ASSUNTO: SOBRE LENDAS DA FABICO

Data: 9 de abril de 2000

Caros senhores: Li o texto de Roberto Tietzmann, o que muito me agradou, ao ver que mistérios como os oito andares da Fabico permanecem inexplicáveis. Como ex-aluno, gostaria de contribuir com uma história para as lendas de nossa faculdade - história esta real, mas difícil de acreditar e, como muitas das coisas expostas no artigo de Nao-til, absolutamente sem explicação. Pelos idos de 1988 (não sei se posteriormente), às vezes era necessário fazer uma baldeação de elevadores dentro da Fabico para se poder chegar, a partir da entrada, a locais como o bar, o diretório acadêmico e as salas de aula do térreo. Isso acontecia quando ficava estacionada, dentro do saguão de entrada do prédio, a kombi que servia como carro-biblioteca do curso de Biblioteconomia. O veículo ficava estacionado bem em frente ao corredor que ligava os dois saguões, fechando assim a passagem para o outro lado do térreo e também para a escadaria. Logo, a única saída era pegar o elevador daquele saguão, subir até o terceiro andar (o elevador não parava no segundo andar, onde funcionava a Gráfica da Ufrgs), ir pelo corredor, pegar o outro elevador, do outro lado do prédio e pedir para descer ao térreo. Tive de fazer esse percurso pelo menos uma vez. Atenciosamente, Renato Nunes Wolff

rnwolff@hotmail.com

(304) José Olímpio

ASSUNTO: CHARADA

Data: 7 de abril de 2000

Caro Furtado. Realmente, o "teste de atenção" deve ser porreta... Mais enigmático do que a fome da esfinge! Quanto ao Cecílio Neto, guardadas as prescrições do item 7 dos preceitos dalailâmicos, assino minha confissão e me auto-penitencio. Mas, não perco a esperança de rever o NÃO voltar a ser uma verdadeira "reunião de demônios"... eheheh Amplexos com nexos! J. Olímpio

P.S.: Quem não passou no teste dalailâmico tá fora do NÃO 71?... Xau!

P.S.2: Lulit, Tomás Creus, Ariela, seus textos estão do tipo!

jolimpio@mais.sul.com.br

(303) Lafayette Rosinsky

ASSUNTO: COMEM OTÁRIOS

Data: 7 de abril de 2000

Bem legais os textos do Tietzsmann (é assim?) e do Tomás. O do Roberto especificamente chegou a provocar uma nostalgia clandestina neste ex-fabicano, mas seus verbetes eram engraçados e abertos o suficiente para agradar a todo mundo. Até ao pessoal da Famecos (brincadeira!). O texto de Marcelo Firpo progride muito legal, num crescendo, bem escrito, bem amarrado. Acho que só a piadinha no final desencaixou um pouco do conjunto. Como destino o texto deixa a desejar, mas como viagem é gratificante, então o final não influi na fruição. Legais também a Doméstica de Pedro Granato e o texto intimista mas ácido de Clarah Averbuck. Embora não concorde com a tese de Adriana Amaral nem partilhe de seus gostos por toda aquela mitologia glam, o texto é muito legal, cheio de ótimas sacadas e muito bem trabalhado. Por último, não sei se esse jogo humilhação existe mesmo. Fico tentado a imaginar que é uma idéia (genial) do Furtado. Engraçadíssimo. Um abraço pra todo mundo.

rozinsky@hotmail.com

(302) Jorge Furtado

ASSUNTO: CECÍLIO

Data: 6 de abril de 2000

Caro José Olímpio: Você não imagina como é engraçado você chamar o Cecílio Neto de "carinha lá da ECA". (Para quem não sabe, ECA é a escola de cinema da USP.) O Cecílio, 46, apesar de ter feito alguns dos melhores curtas brasileiros de todos os tempos, é engenheiro civil e acho que não trocaria meia hora de concretagem por um semestre na ECA. O texto dele é um teste de atenção e você não passou.

Jorge Furtado
jfurtado@portoweb.com.br

(301) José Olímpio

ASSUNTO: NÃO ENCOLHEU...

Data: 4 de abril de 2000

Caro Sr. Editor & demais nihillistas de plantão. Mesmo devidamente excluído do NÃO 70, julgo-me no sacrossanto dever de - após tantas incursões literárias nesse site - comentar certos episódios comprometedores da saúde desse cyberambiente. Meu diagnóstico não é baseado em recalques ou revanches (aliás, careta como sou, nem "baseado" é...). Mas, delongas às favas, vamos ao caso: - Sinto demais ter identificado um encolhimento espiritual no NÃO 70. Ditado sabe-se lá por que razão espúria, uma espécie de irritação na mucosa intelectual da Tríade (Gerbase, Giba e Furtado) parece ter deixado esses três mosqueteiros um tanto quanto arredios e indispostos.

Ultimamente mais afeitos a querelas de POA (o que não deixa de ser louvável!), eles têm meio que inclinado o arcabouço outrora universalista do NÃO (uêba, que luxo!) às tramóias de brittos, mendelskis, olívios e outros tantos, esquecendo as tradicionais refregas com ACM, FHC, USA, SPC, INSS, ONU, CCCP, BC, MinC e os pqp...! Bem diferente do que faz a Clarah Averbuck, aliás, que usa o habitat portoalegrense para se lançar ao espaço... (KD essa guria, também conhecida como Florisbela da FABICO?...) Agora, o que é que deu no Furtado, para publicar aquele lance do Dalai Lama - já distribuído ad nauseam, pela Internet - como se fosse texto de autoria do carinha lá da ECA? Bem diferente e muito melhor foi incluir os textos de outros estreantes que, corajosos, mandaram interessantes peças de próprio punho (hoje se diz de próprio dígito?...). Bom, era isso. Não quero nem devo virar o cocho, depois de comer a ração... Só não vou gostar se essa atrofia do NÃO continuar. Até já! J. Olímpio

jolimpio@mais.sul.com.br

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