INTRODUÇÃO AO ASSÉDIO UNIVERSITÁRIO
 
por Borge dos Ganses Cacos
 
Estou enviando um texto de um amigo (Mairo Língua). Como trata de patotas, sexo e intelectuais achei que poderia interessá-los.

Alguns dados sobre o autor acrescento a seguir: Muitos anos atrás, na sua coxilhenta cidade natal, tinha por volta de uns 5 anos, quando em sua família numerosa decidiram encenar uma peça. A clássica situação da desistência de um ator (uma das muitas primas) guindou-o ao palco. A satisfação do público com seu desempenho precoce lhe garantiu por muito tempo (ele acha que até hoje) a liberdade de palhaçar. Evidententemente, às vezes esta característica lhe traz dores de cabeça. Depois do primeiro ato a peça foi toda reformulada para passar o papel principal ao meteoro que incandescera minutos antes. O brilho nos olhos já não teve a mesma constância dos primeiros anos; mesmo assim, volta e meia vem denunciar alguma traquinagem. A última, a de mais fôlego, foi o texto sobre o grande Lúfico.

Algo sobre o retratado: Grande amigo nosso. Militante independente, culto (preocupa-se que os reles mentes simples não desconheçam ao menos este fato). Possuidor de filosofia de boa elaboração. Por anos evitou a turma de cervejeiros universitários por causa de uns calotes intelectuais. A saudável precaução e a doentia paranóia o conduziram a outro grupo. Versões ainda não completamente esclarecidas dão que aí chegou a líder. Alguns amigos que ainda mantêm contato com nossa confraria prometeram esclarecer aspectos deste período nebuloso (todo Cristo o tem, com nosso Deus não poderia ser diferente). Mas nossas fontes secaram com ameaças de retaliação de nosso amigo, e também por nossa inoperância. O texto do nosso campônio, apesar de não tratar das bravatas daquela época, tem algo de revanchismo.

Por fim os demais personagens: Cervejeiros universitários dos inícios dos 80. Receberam de forma marginal, na época, a alcunha de quadrilha de caluniadores. Muitos se dispersaram. Remanescentes, somados a vários outros, reúnem-se em almoços etílicos. Normalmente os ingredientes destes são as podrinhas (trocadilhos), as provocações (por vezes pesadas), mexericos, alguma filosofia, alguma política. Os personagens sobre os quais recaem as falações podem até ser públicos, mas todos têm algo a ver com a teia de relações do grupo.

Um abraço, Borge dos Ganses Cacos.
 

Ao assédio, pois!