Ácido
 
 

Cássio Felipe Immig
 
 

Oi, aqui é o Cássio (de novo). Aquele que mandou um e-mail falando do dia da mentira. Na tua resposta ao meu e-mail sugeriu que eu mandasse uma colaboração. Eu gostei da idéia. Gosto bastante de ler e escrever, mas não tenho muito tempo, principalmente para escrever. Bom, como eu já tava mesmo afim de mandar um texto pro Não resolvi mandar um agora. Um texto que eu fiz estes dias na aula de português, "sob pressão", porque a tarefa era fazer uma texto. Eu não achei ele muito bom, mas eu acho que é o melhor que eu tenho (pelo menos por enquanto). E tem outra, um colega disse que achou o texto legal, "envolvente". Não sei se ele falou pra agradar ou se gostou de verdade, também não sei qual é a "qualidade da opinião" dele. Enfim, caso o texto que eu estou mandando for publicado, meu nome é Cássio Felipe Immig, sou estudante, estou cursando a segunda série do ensino médio e o segundo ano do curso técnico químico em curtimento, no Centro Tecnológico do Couro-SENAI. Sempre tive notas boas (desde o pré-jardim). Tenho idéias meio diferentes da maioria das pessoas com quem convivo e isto faz com que a maioria me ache louco e algumas digam isto na minha cara, mas eu não me importo. Sei lá o que posso falar mais de mim. Eu tenho 16 anos, gosto dos Replicantes e de outras bandas punks e de rock em geral, não pratico esportes com freqüência (só na educação física), sou escoteiro desde 92, nasci em 83 em uma cidade chamada Estância Velha, no estado do Rio Grande do Sul e moro nesta cidade até hoje e eu acho que já falei demais. Ah, eu gosto de literatura beat e Érico Veríssimo. Então lá vai o texto (de qualidade duvidosa, mas, por favor, lê e forma tu mesmo uma opinião):
 
 

Ácido

Meia-noite. Cansado e com sono, eu vinha caminhando pela rua deserta, de repente ouvi uns passos leves atrás de mim. Senti um frio no estômago.

Procurei me manter calmo, sereno, frio. Devia ser um cachorro vadio ou qualquer outro bicho de rua o autor dos passos. Não olhei pra trás. Continuei caminhando, agora um pouco mais rápido e mais desperto do meu estado de sonolência.

Não faltava muito pra chegar em casa, mais uns 5 ou 10 minutos, talvez nem tanto. O som dos passos atrás de mim continuava. A esta altura já tinha uma certa dificuldade para me manter impassível.

Começava a avistar minha casa e tinha a nítida impressão de que os passos estavam mais próximos e mais fortes. De um segundo para o outro começo a correr de forma desesperada e alcanço minha casa. Ainda atordoado e com o corpo todo tremendo abro a porta e pulo para dentro. Estava realmente perturbado.

O medo me tomava por completo. Já dentro de casa, através de um vão da janela, fiquei espiando a rua, porém não vi nada. Paulatinamente, estava me acalmando. Continuei espiando sem ver nada. Nem um cachorro, nem um gato e nenhum outro animal. Só via a rua deserta.

Durante o dia seguinte, relembrando o acontecimento da noite anterior, acabei por concluir que aquilo havia sido mais uma das minhas alucinações. É, preciso parar de usar LSD.
 
 

P.S.: E aí, o que achou? Se for me responder, por favor, seja sincero. Eu achei meio fraco. Ah; outra coisa, eu não tenho alucinações (pelo menos não por causa de ácido). Tenho 2 endereços de e-mail, tadeoimg@zaz.com.br, que é do meu pai (o homem que me fez e me sustenta) e cassioimmig@bol.com.br, que eu criei para ter um com o meu nome. E era isso.
 
 

N.E.: Pedi e recebi autorização do Cássio para publicar a carta junto com o texto.