SIMPLES
por Jorge Furtado


1. Trecho de entrevista, concedida por e-mail, publicada na edição 24 da revista Simples.

"O cinema brasileiro é feito com dinheiro público, com o dinheiro de um curta se fazem quatro casas populares, com o dinheiro de um longa dá para fazer um hospital. São os trabalhadores, com seus impostos, que pagam estes filmes. Ironicamente, eles não tem dinheiro para ir ao cinema. Cinema, no Brasil, é feito para os ricos, com dinheiro dos pobres. E precisa ser feito, é função do estado garantir meios para produção cultural. Na televisão dá-se o contrário: são as grandes empresas que patrocinam os programas que milhões de brasileiros assistem todos os dias. Não de graça, é claro, eles precisam ver também os comerciais.


2. Frase da entrevista publicado na revista Veja, edição de 03/12/02.

"O cinema brasileiro é feito com dinheiro público. Com o dinheiro de um curta se fazem quatro casas populares, com o dinheiro de um longa dá para fazer um hospital. Cinema, no Brasil, é feito para os ricos com dinheiro dos pobres".
Jorge Furtado, cineasta gaúcho, em entrevista à revista Simples.


3. E-mail com o texto que escrevi.

QUESTÕES PROPOSTAS POR CINEASTAS GAÚCHOS

GUSTAVO SPOLIDORO:

>>Sempre deixas claro o valor que dás para literatura. Para ti ela é mais importante do que o cinema? De que forma?<<

Alô Gustavo. Acho que a literatura é pelo menos quarenta vezes mais importante que o cinema, são quatro mil anos contra cem. A literatura, com o poder quase infinito das palavras, consegue criar personagens e imagens muito mais complexas que o cinema. O cinema está atrelado ao mundo físico, com equipamentos de ferro, chuva, horários de almoço e gelatinas, sais de prata e fitas magnéticas. É impossível, por exemplo, filmar o melhor de Borges. Batalhas e tempestades literárias só dependem de talento, que é raro, mas custam pouco. Mas cinema pode ser  bom de ver e ouvir. Fazer e ver cinema são atividades coletivas e esta é a sua melhor qualidade.

>>Porém teus roteiros são praticamente todos (ou todos?) idéias originais. Por quê?<<

Meus três primeiros curtas são adaptações literárias e foram feitos em dupla direção. Desde o Ilha das Flores, primeiro que dirigi sozinho, escrevo e filmo roteiros originais. (Uma exceção, Veja Bem, uma ilustração de poemas de João Cabral e Drummond). Tenho a pretensão, ao escrever um roteiro, de estar produzindo algo novo, conteúdo é texto. Temporal foi criado pelo Veríssimo, eu só filmei. E mal. Prefiro escrever meus filmes, mas faço muitas adaptações literárias para a televisão.


OTTO GUERRA

>>O que tu achas do cartunista Angeli?<<

Angeli? Sou fã. Estou esperando o filme. Já tem data de lançamento?

>>Tu preferes comercializar teus filmes por grandes ditribuidoras ou através de distribuição independente?<<

Grandes distribuidoras, não gosto de viajar. Esse negócio de lançar filme cidade por cidade é chato.


DENNISON RAMALHO

>>Sobre a promiscuidade Cinema x Televisão: Antes, um interlóquio: como (qualquer) jovem realizador, eu anseio ver o Cinema brasileiro como um instrumento de intervenção na televisão brasileira. No momento, o que rola é o oposto. O formato televisivo (roteiros referenciando a telenovela, a comédia romântica, o privilégio dos atores globais, etc...), amparado nas leis de incentivo (que limitam opções estéticas "arriscadas" ou "segmentadas") é que está intervindo agressivamente em nosso Cinema. E é senso comum que a televisão brasileira é intelectualmente nanica. O teu Cinema transita, com bastante sutileza, entre estes dois universos midiáticos: a TV o aceitaria enquanto opção de programação, mas carregando características não muito comuns. A saber: o retrato de uma Porto Alegre feia e subsistente, o litoral gaúcho dos durangos que veraneiam em março, a garota que dá pequenos "golpes da gravidez", a moça que resolve matar o padrasto, etc...). Baseado na tua experiência com TV (roteiros diversos, a minissérie La Luna Caliente,...) e observando este diálogo recente da TV com o Cinema, conta pra nós o que você visiona para o futuro. Essa promiscuidade não pode ser esteticamente nociva (no sentido de impor um modus operandi a toda uma cinematografia)?<<

Alô Dennison. Tuas perguntas são muito boas e muito grandes. Tive que olhar o que é interlóquio no Aurélio e não tem! Cara, cuidado com esse pessoal da USP. Pois teu interlóquio começa dizendo que qualquer jovem realizador quer ver a intervenção do cinema na televisão e o que acontece agora é o oposto. Acho que esta relação é sempre de mão dupla. A televisão se abastece de atores de teatro, o cinema dos atores da televisão, todos bebem na literatura, nos quadrinhos, na música. Não acredito em categorias estanques nem em guetos. Mais adiante tu listas características do formato televisivo: roteiros referenciados a telenovela, a comédia romântica, o privilégio dos atores globais, etc. Vamos por partes. Não sei o que são roteiros referenciados a telenovela. A principal característica da telenovela, talvez a única que lhe seja específica, é ser enorme. Filmes são curtos. Telenovela é quase sempre melodrama, o cinema também pode ser, por que não? A comédia romântica não é um formato televisivo. O cinema, bem antes da invenção da televisão, fez comédias românticas que são obras-primas. Dois mestres no gênero: Lubitsch e Wilder. Também gosto de coisas do Preston Sturges. Acho a classificação "atores globais" preconceituosa. Visto a carapuça e pergunto: Lázaro Ramos é um ator global? Há duas semanas, sim, fazendo um programa semanal. Lázaro é um grande ator, o teatro, o cinema e a televisão já descobriram isso, e isso é o que importa. Leandra Leal é uma atriz global? Sim, já fez várias novelas. E também muitos filmes, com o Walter Lima, o Bressane, o Saraceni. Ela é uma atriz de cinema, teatro e também de televisão. Pedro Cardoso é um ator global? Essa é de morrer de rir. Conheci o Pedro vendendo lixa na porta da C&A. Vi muitas peças dele, trabalhamos juntos há 13 anos, já fizemos três filmes, espero que possamos fazer muitos outros. É claro que a Globo (e a torcida do Flamengo) descobriu faz tempo que ele é um grande ator. Luana é uma atriz global? Já fez novelas, como quase todos os bons atores, faz teatro, televisão e cinema. Aí tu falas nas leis de incentivo, "que limitam opções estéticas arriscadas". Esse assunto é complicado. O que são opções estéticas arriscadas? Acho o Cidade de Deus, filmar aquela história descobrindo atores, uma opção estética muito arriscada. E terminas a introdução dizendo que é "senso comum que a televisão brasileira é intelectualmente nanica". Que senso comum? Há um senso comum, igualmente falso, que o cinema brasileiro é um pé no saco e a televisão brasileira é ótima. Vinte milhões de brasileiros têm dinheiro para ir ao cinema de vez em quando, os outros 150 milhões assistem televisão. Não acredito muito em sensos comuns. Faço cinema e televisão e acho que a diferença não é como se faz, mas como (e quanto) se assiste. Perguntas se esta "promiscuidade" (cinema e televisão) não pode ser "esteticamente nociva", impondo um padrão único a toda uma cinematografia. Minha resposta é: eu acho que não. Sou a favor da promiscuidade, São Jorge me defenda da pureza estética, acaba em nazismo. Gosto de misturas. E acho que a diversidade brasileira sempre estará representada no cinema, que sempre se reinventa. E acho muito bom que muitos filmes brasileiros tenham bom público. Além de produtos culturais, filmes também são o emprego de muita gente, um longa emprega centenas de pessoas.

>>Sobre duas décadas de Jorge Furtado, outro interlóquio: eu e o nosso amigo e Diretor de Fotografia Alex Sernambi já gastamos muita saliva em mesa de bar discutindo a evolução da tua obra. Filmes como Ilha das Flores e O Dia em que Dorival Encarou a Guarda fizeram muito a cabeça do pequeno Dennison, há 12-13 anos atrás. Eram filmes de uma acidez mórbida, falando de cara limpa nas faltas gravíssimas de um Estado contra os direitos humanos. O país piorou muito, o respeito aos direitos humanos também. Tenho medo de pôr filhos pra viver aqui: o país que estamos herdando é barra-pesada. E temos satisfação a dar a uma grande porcentagem de excluídos. No correr desta degeneração sócio-econômica,  contudo, o PH da tua obra abrandou um bocado, ideologicamente (o Alex diz que não. Diz que eu é que sou "setentista"). O que houve com aquela crítica fodida e perturbadora? O que houve com "EXISTE UM LUGAR CHAMADO ILHA DAS FLORES. DEUS NÃO EXISTE!"?<<

Sobre duas décadas de Jorge Furtado, para começar, falta um ano. O Alex, pra variar, tem razão, tu é totalmente setentista, o que é compreensível, foi uma boa década para quem não estava lá. A tua noção de que a arte verdadeiramente revolucionária deve chocar o gosto público é até anterior, anos sessenta, fazia sentido. Cito Umberto Eco:

"Desconfio que devamos talvez renunciar àquela idéia subjacente que domina constantemente nossas discussões e segundo a qual o escândalo público deveria ser a prova de validade de um trabalho. A mesma dicotomia entre ordem e desordem, entre obra de consumo e obra de provocação, mesmo não perdendo sua validade, talvez deva ser examinada de outra perspectiva, isto é, penso que será possível encontrar elementos de ruptura e de contestação em obras que, aparentemente, se prestam a um consumo fácil, e perceber que, ao contrário, certas obras que se mostram provocativas e ainda fazem o público pular na cadeira não contestam coisa nenhuma. (...) Hoje, atingir um vasto público e povoar seus sonhos talvez signifique fazer vanguarda, deixando-nos ainda a liberdade de dizer que povoar os sonhos dos leitores não significa necessariamente consolá-los. Pode significar obcecá-los."

("Pós-Escrito a O Nome da Rosa, tradução de Letizia Zini Antunes e Álvaro Lorencini, Editora Nova Fronteira, 1985)

Não esqueça que os artistas verdadeiramente grandes, Shakespeare, Moliére, Mozart, Cervantes, Michelangelo, Picasso, Wilder, Hitchcock, Chaplin, foram campeões de audiência, sucessos de público e crítica. Há exceções, claro, como Bispo do Rosário, Kafka ou Van Gogh, mas eles eram meio louquinhos. Discordo totalmente da tua afirmação de que o país piorou, hoje vivemos numa democracia. Pra tu ver como eu sou velho, vi "Laranja Mecânica" com bolas pretas cobrindo o sexo dos atores, acho que no Cinema Avenida. Bem, em parte tu tens razão, em muita coisa o país piorou, o Avenida hoje é um bingo. Podia ser pior, podia ser uma igreja. Fico feliz em saber que os meus primeiros curtas fizeram tua cabeça e espero que façam a cabeça de mais gente, aqueles filmes continuam existindo e sendo vistos pela primeira vez ontem. A Ilha das Flores continua lá e Deus continua não existindo. Sobre o PH dos meu filmes, concordo que ele mudou (ainda bem), estou menos ácido e mais básico.


CRISTIANO TREIN

>>Depois de dois longas-metragens na carreira o curta ainda te interessa, ainda te seduz?<<

Sim, quero continuar fazendo curtas, permitem experimentações mais radicais, ninguém paga para ver um curta.

>>Qual o filme gaúcho que mais te marcou e por quê?<<

"Deu Pra Ti Anos Setenta", por revelar a possibilidade de fazer cinema aqui, contando histórias aparentemente comuns.



FABIANO DE SOUZA

>>Você poderia fazer uma autocrítica de O homem que copiava, destacando algumas qualidades do filme e/ou citando coisas que não saíram exatamente do jeito planejado?<<

Autocrítica: não consegui deixar o filme menor. Principal qualidades: o desempenho dos atores e dos 681 mil espectadores.

>>Qual o lugar do cinema brasileiro na cinematografia contemporânea? Como você vê o nosso cinema na comparação com o de outros países, como o da Argentina, por exemplo?<<

Não consigo muito pensar no "cinema brasileiro" como um todo. Sei que há lugar na cinematografia mundial para muitos dos nossos filmes. Vi poucos filmes Argentinos e gostei de quase todos. Vejo muitos filmes brasileiros e gosto de alguns. Mas no futebol a gente está melhor que eles e ir a Buenos Aires, dizem, está muito barato.


BIA WERTHER

>>Ocorre ultimamente uma discussão polêmica entre os cineastas brasileiros à respeito daquele que seria, digamos, o 'cinema comercial nacional'. É que ao que parece, do total de obras disponíveis nos cinemas comerciais para crescente platéia do cinema nacional, mais de 90% seriam produções da Globo Filmes. Somam-se ainda afirmativas de que estes 90% do mercado em 2003 foram, na verdade, apenas 3 filmes globais num panorama nacional onde a produção de longas chegou a mais de 20 filmes neste ano. Sendo que  trabalhas diretamente com a rede Globo e teu mais recente longa tem distribuição da Globo Filmes, consideras verdadeiras estas informações? E se a Televisão realmente passar a interferir no cinema nacional, se os filmes atrelados à Globo estiverem mesmo tomando um espaço excessivamente maior que o das produções independentes, não estaríamos trazendo mais uma grande preocupação ao Brasil? Ou seja, além de termos que lutar contra a terrível invasão cultural externa, não estaríamos sofrendo também no cinema, a pressão da hegemonia interna que a comunicação vem enfrentando a tantas décadas?<<

Alô Bia. Perguntas se considero verdadeiras as afirmações na introdução da tua pergunta. Elas tem alguns erros. A produção brasileira este ano é de 49 longas (prontos), 33 já estrearam. A Globo Filmes está associada a talvez 10 destes filmes. Os filmes da Globo Filmes, em chute aproximado, vão fazer 95% do público total para o cinema brasileiro, esta é a novidade. É claro que a Globo Filmes, como qualquer grande empresa, se associa aos filmes que acredita ter bom potencial de público. Sempre houve e sempre haverá filmes com maior vocação popular e filmes que interessam a um público mais restrito. Antes havia só Xuxa e Trapalhões, agora há mais filmes com grande público, filmes melhores, o que é bom. O público total para filmes brasileiros mais que triplicou, o que é ótimo: garante a ocupação das telas por produtos brasileiros, gera empregos, etc. Há ótimos filmes de baixo orçamento (Coutinho, Fresnot, Domingos, Brandt, Laís, só para citar alguns exemplos) que certamente teriam mais público se tivessem maior divulgação. Temos que encontrar meios de ampliar a divulgação destes filmes e esta é uma função para o estado. Não sei qual o desempenho dos filmes não-associados a Globo Filmes, se foi melhor ou pior que no ano passado, é uma análise de números, não subjetiva. Tendo a achar que o sucesso de qualquer filme brasileiro é bom para todos os filmes, o público de Carandiru, Lisbela e Cidade de Deus está mais propenso a sair de casa para ver cinema brasileiro, ouço freqüentemente a frase "o cinema brasileiro está melhorando". O sucesso dos filmes da Globo Filmes reafirmam o óbvio: produtos que anunciam na televisão têm mais público, milhões de pessoas vêem televisão todos os dias, eles não têm dinheiro nem tempo para ler jornais. Não tenho medo que o sucesso do cinema brasileiro se torne uma grave preocupação. Na minha lista de preocupações, o sucesso do cinema brasileiro vem bem depois do Bush, do governo Lula, dos trangênicos, da saída do Gabeira d PT e da situação do Grêmio.

>>Ainda dentro do tema, complemento entrando no assunto artístico pois muito se diz que as obras da Globo Filmes seriam absolutamente 'televisivas', não apenas no que seria compreensível, como a estética - afinal todos temos herança da linguagem da tv - mas em relação a pouca ousadia, a pasteurização e principalmente no que se refere à opção pelos atores reconhecidos facilmente pelo público graças as novelas e as minisséries. Na tua opinião, esta assunto é relevante? Se for, tempo e custo necessários  para ensinar sotaque e cultura de modo talvez superficial para as celebridades -assim como ocorre nas novelas - valem à pena por que o padrão profissional dos atores globais seria superior aos dos profissionais das regiões onde são realizados estes filmes? Trata-se apenas de opção artística? Ou tudo se resumiria a mero interesse mercadológico?  E seguindo este caminho o cinema do Brasil não estaria apresentando um retrato de sotaque 'ameno' como efetivamente ocorre nas obras de tv onde o centro do país dita comportamento e massifica? Ou este seria apenas um dos cinemas brasileiros e cada qual que procure o seu deixando as discussões pra lá?<<

Acho que os filmes da Globo Filmes são muito diferentes, não dá para comparar Carandiru, Cidade de Deus, Lisbela, O Homem que Copiava e Trapalhões. Quanto aos atores, já respondi em parte a esta pergunta ao Dennison. Bons atores são rapidamente reconhecidos e todos (não conheço exceções) acabam sendo convidados a fazer televisão. Não tenho preconceito nenhum contra a televisão. O cinema brasileiro é feito com dinheiro público, com o dinheiro de um curta se fazem 4 casas populares, com o dinheiro de um longa dá para fazer um hospital. São os trabalhadores, com seus impostos, que pagam estes filmes. Ironicamente, eles não tem dinheiro para ir ao cinema. Cinema, no Brasil, é feito para os ricos, com dinheiro dos pobres. E precisa ser feito, é função do estado garantir meios para produção cultural. Na televisão dá-se o contrário: são as grandes empresas que patrocinam os programas que milhões de brasileiros assistem todos os dias. Não de graça, é claro, eles precisam ver também os comerciais. Televisão é apenas um veículo e se tu achas que ela não pode fazer nada de bom, sugiro assistir "Jazz", a série que o Ken Burns fez para a BBC. Televisão pode ser arte, por que não?

Também acho que nós, gaúchos, temos uma preocupação excessiva sobre "a região" em que se faz o filme. Ou será que alguém é capaz de identificar os sotaques regionais dos filmes iranianos ou japoneses? Eu só moro aqui, faço filmes brasileiros, com equipe e atores brasileiros. Espero que meus filmes façam sentido em qualquer lugar. Acho a televisão brasileira, na média, tão ousada ou mais que o nosso cinema. Ousadia pode dar Ibope. A idéia de que "o povo não sabe do que gosta" e que o que é sucesso popular necessariamente não tem qualidade, é bastante preconceituosa. O Darcy Ribeiro chamava isso de "teorização do ódio ao povo". Esta discussão, de qualquer maneira, é interessante. Mas o que conta mesmo é o que se produz, são os filmes que ficam. O resto é conversa.
 

Jorge Furtado
jfurtado@portoweb.com.br
 
 


A revista SIMPLES? tem um sítio na Internet impressionantemente variado e completo.

Quer saber mais?