Não Cartas (201-225)

(225) Carlos Gerbase

ASSUNTO: DIFERENÇAS, AINDA BEM

Data: 23 de janeiro de 2000

Agora que o Arthur, o Nasi, a Marília e o Vinicius (ver cartas abaixo) parecem estar dispostos a um armistício (o que é uma pena, pois deveríamos aprofundar mais essa questão ontológica do NÃO - publicar tudo ou selecionar? - sem precisar ofender pessoalmente, se bem que isso dá um certo colorido a quelquer polêmica), eis que encontro dois trechos altamente provocativos no cine8 - cine8@zaz.com.br - jornal bem legal que eu e muitos de vocês devem receber por mail. Reproduzo os trechos a seguir:

(1) Mensagem Subliminar! Alguém aí consegue discordar que a diferença do Super 8 para as outras bitolas não está no set de filmagem? Alguém aí consegue negar que a função toda de produção é a mesma? Sim, por incrível que pareça, os caras que faziam super 8 no século passado, o faziam muitas vezes como quem faz vídeo caseiro hoje. Assim, desconfiam da competência de quem fez super 8 e agora começa a fazer 35mm. Enfim... Ana Beatriz

(2) Ao Spuldar, Nasi, Caio e os outros débeis mentais que andaram passando aquele questionário de sétima série quero dizer que a versão feminina que estamos preparando dá de mil no tal questionário e naquela pretensa edição 69 sexual do Não, onde o Nasi mostrou que nasceu prá ser freira (hi,hi,hi) Biiiiia Werther

Creio ser interessante esclarecer aos leitores do NÃO não-cineastas que a Ana Beatriz e a Bia Werther são, pelo que entendi até agora (e sem considerar a possibilidade de termos enveredado por uma Estrada Perdida) , a mesma pessoa. Imagino que essa Biiiiia também seja a mesma, só que está com dor de barriga (desculpa, Bia). Então, respondendo à divina trindade, e na esperança de receber em breve muitos apoios e desaforos (educados, por favor), desejo declarar que:

a) eu fazia super-8 no século passado. Aprendi como se faz com meu amigo Nelson Nadotti, que ganhou a câmara da mãe e tinha, originalmente, um esquema de produção bem inferior ao que a Bia chama de "vídeo caseiro". Mas ele, Nelson, também tinha duas coisas bem interessantes: talento e obstinação. Por alguns anos, produzimos (a famosa "turma do Nadotti") filmes com equipes e recursos financeiros muito inferiores aos que são utilizados hoje pelos magríssimos (ou "nova geração", como queiram). Não dá pra confrontar aqui os méritos estéticos dessas duas fases tão distintas do cinema gaúcho. A posteridade, essa ingrata, nos julgará, se não pelo talento, pelo menos pela obstinação. Mas não tenho qualquer dúvida sobre a competência, a obstinação e o talento da grande maioria dos magríssimos e magríssimas, que vão passar para o 35mm com muito mais condições - técnicas e logísticas - que nós, os agora velhos magros. Lembrem: não tínhamos Fumproarte, não tínhamos LIC, não tínhamos Lei do Audiovisual. E essas coisas não caíram do céu. De modo que faço um desafio: que o jornal cine8 dê o nome dos superoitistas antediluvianos que desconfiam da competência dos atuais. Esse negócio de mensagem subliminar me cheira a propaganda nazista. Vai lá, abre o jogo, Ana-Bia-Biiiiia, quem anda te apoquentando? Quem se recusou a trabalhar no teu filme?

b) os tais questionários eram realmente da sétima série, mas compará-los à edição 69 do NÃO é uma sacanagem sem nome. Qualé, Bia? Estás com ciúmes do nosso incomparável sucesso? Vais ter que ralar muito aí no computador do cine8 pra editar qualquer coisa parecida. O Nasi pariu um NÃO muito bom, que está provocando um número inédito de visitas e de cartas, além de abrir divertidas polêmicas ideológicas e editoriais. A inveja é uma merda, como diria um pára-choque amigo meu. No jornalismo, assimo como no cinema e no sexo, é preciso matar a cobra e mostrar o pau. E não me interessa se o Nasi é uma freira, se eu fazia super-8 como quem faz vídeo caseiro, ou se a pretensa edição 69 sexual do Não não é quente o suficiente para o teu gosto. E, cá entre nós, como diria meu amigo Cecílio Neto, pra satisfazer uma divina trindade ao mesmo tempo, só na base do 70mm.

P.S. Quer propaganda melhor pro cine8? Tá me devendo essa, Bia.

gerbase@zaz.com.br

(224) Arthur de Faria

ASSUNTO: COISA BEM BOA UMA POLÊMICA!!!

Data: 24 de janeiro de 2000

Bueno, a Marília tem razão (e o Nazi devia ter lido o mail todo). Eu não precisava ter sido tão agressivo (na verdade nem ao menos achei que estava realmente agressivo - maldita corda bamba entre ironia & sarcasmo!). Afinal nem conheço o cara, pode até ser um cara bacana e tal, mas é que achei que ele, por sua vez, tinha sido meio agressivo com o Nazi e com o espírito da coisa 69, e aí me bateu aquela irritação com o que o Fito Paez definiu uma vez brilhantemente - numa canção nem tanto - como gente sin swing (olha aí outro parágrafo cheio de apostos a serem confundidos com incompreensibilidade...).

Com relação aos frankfurteanos, também me redimo aqui. Sinceramente, por distância total da Universidade, faiei. Não sabia que essa segunda geração ainda tava na ativa. Bem bom. Mas o que não me faz mudar de idéia com relação ao ranço marxista especificamente das análises do Adorno. Valha-me Deus (no qual nem sei se ele acreditava), mas vai ser xiita assim na casa do caralho. Gente sin swing.

Se pudesse voltar atrás, realmente, acho que não teria sido tão maldoso com alguém que nem conheço, mas, enfim, deixa eu só pontuar umas coisicas bonitas ditas sobre minha humilde peffoa:

1) "Não havia sequer pensado nos poeminhas" - não são poeminhas, são letrinhas de musiquinhas. E gracias pelas 'palavras amiga'.

2) "Gostei mesmo foi do texto tão pós-moderno" - peraí, ofende mas não sacaneia!

3)"daqui há (sic) pouco" - putaqueopariu, como é que eu erro uma dessas justamente num texto sentando a pua. Imperdoável.

4) (sub) Arrigo Barnabé é o cú da perua vesga. Assim como o fato de minha dodecafoniazinha ter feito Stravinsky remexer no caixão. Em primeiro lugar, as únicas experiências que o velho Igor fez com dodecafonia foram lá no final de sua longeva vida, e quase ninguém soube disso. A obra clássica e definitiva do Stravinsky, pela qual ele certamente se remexeria no caixão, usa polirritmias, politonalismos e tal, mas a dodecafonia nem ao menos tinha sido inventada. Pelos seus parcos trabalhos na área - até legaizinhos-, ele no máximo marcaria o tempo com a falange no tampo do referido madeirame. Em segundo lugar, neguinho precisa ter um horizonte musical meio mané pra achar que qualquer coisa que fuja do óbvio ululante - como as minhas modestas pretensões dissonanticas e mui raramente politonais (e atonais) tenham qualquer espécie de relação - ainda que remota - com dodecafonia, Arrigo Barnabé etc. É a mesma coisa que achar que o Iberê e o Picasso fazem a mesma coisa, pelo simples fato de não pintarem naturezas mortas comme il faut. Em tempo: Sim, é claro que o Arrigo é docaralho.

5) Pianistazinho com interrogação tá correto. Põe pianistazinho nisso. Mas se Deus ajudar e um dia em encher o fió de grana fazendo minha dodecafoniazinha tonal mando baixar o Thelonius Monk no Terreiro de Pai Carmelo. Aí ninguém me segura!

6) "partindo para o ataque pessoal" - tá bom, tá bom, foi mal. Já disse.

7) De "Porque a página também é lida pelas mulheres" até "profunda incompreensão da alma feminina, só tem homens na cabeça". VEM, MEU TIGRÃO! VEM QUE A LOBA AQUI TÁ UIVANDO DE DESEJOOOOO!!!!

8) "Soou-me estranho, pois, ao contrário do comportamento fóbico do sr. Artur, eu, mesmo antes de 89, já tinha, e até hoje continuo a ter, excelentes relações (em todos os sentidos) com as mulheres" - VEEEEEEEEEEEEEEEMMMM! VEM QUE EU SOU TUUUUUUUUUAAAAA!!!! MEIQUEMEFILSOLGUD! ME MOOOOOOSTRA!!

9) Tá, ó, desculpa aí, eu jurei que ia me comportar... Acho que é o clima 69...

10) "os poemas do sr. Artur não trazem nada além do que Nelson Rodrigues e Plínio Marcos já haviam dito melhor". Sinceramente, essa eu não entendi

11) "Pessoa pública que começa a merecer, cada vez mais, o título de bufão radiofônico". Rapaz! O cara até ouve o Cafezinho! Mas essa ofendeu, viu. Acho que estamos quites.

12) "Acho que o cara, como se diz no Rio Grande, não se garante". VEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEMMMMM!!!

Era isso, acho.

Arthur de Faria, bufão radiofônico e serialista em tempo integral

Ps.Vamo combiná que um certo bate-boca dá um certo entertimento, né?

Ps 2. E agora, Alemão Aigner? E agora? Vai finalmente publicar aquelas fotos da Momô e da Tatiana se roçando no Venus as a Boy?!?!? NÃO TE MIXA, ALEMÃO! MOSTRA PRA ELES!!!

jornalismo@poprock.com.br

(223) Eduardo Nasi

ASSUNTO: A QUE PONTO CHEGAMOS..

Data: 24 de janeiro de 2000

ISSOOOOOOOOOOOOOOOOO! ISSOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO!

Vamos brigar, amigos! Vamos brigar, discutir, baixar o nível. Quero ver quem vai ser o primeiro a mostrar a bunda na seção de cartas do NÃO. Sim, as pessoas já estão discutindo por e-mail, trocando mails ofensivos sem usar a seção de cartas. Onde já se viu isso? As pessoas querem fugir da baixaria! Mas eu quero polêmica de verdade! Quero ver! Chega dessa boiolice de publicados x cortados. Ninguém vai falar mal da Taís e do Träsel? Ninguém vai falar mal do Gerbase - defendendo a censura? Vamos lá! Até mais, Il Nasi Editouro

dudu999@hotmail.com

(222) Marília Veríssimo Veronese

ASSUNTO: POÊMICA

Data: 24 de janeiro de 2000

Ô, agora que polêmica tá esquentando, puts, tô saindo de férias e não vou mais ter tempo de responder ninguém. Pelo menos essa (carta) será curta e o cara vai conseguir chegar até o fim...assim, tô saindo fora da confusão, boas férias pra quem vai...tudo de bom pra quem fica...e sim (respondendo a tua pergunta, pra finalizar), talvez devesse procurar ser mais respeitoso, ter um senso de humor menos ácido, menos chato de galocha. E o teu nao tava legal, eu nao reclamei dele, só fiz uns comentários gerais, que nao eram pra suscitar tanto desprezo. Com muito respeito Marília

mveronese@cpovo.net

(221) Vinicius Figueira

ASSUNTO: MAIS LENHA NESSE INFERNO

Data: 23 de janeiro de 2000

Como diz Millôr Fernandes, brasileiro não entende ironia.

Não havia sequer pensado nos poeminhas, para usar o vocabulário do Millôr, do sr. de Faria, que, confesso, até tinha achado razoáveis, justamente pelo seu caráter adolescente e moderno (no bom sentido), quando escrevi ao Não.

Gostei mesmo foi do texto tão pós-moderno, tão debochado (texto que traz, além de um último parágrafo incompreensível, reparem bem, o sensacional neologismo "daqui há (sic) pouco", que na poesia do senhor Faria deve funcionar muito bem). Falo da reveladora carta que nosso (sub) Arrigo Barnabé enviou, partindo para o ataque pessoal, falando-nos de sua vida sexual pregressa, que não sei a quem possa interessar, mas que certamente foi e continua a ser complicada. Vejamos um exemplo: O rapaz pega a frase do Walter Franco e cria uma paródia, um novo verso: "A mente quieta, a espinha ereta e o dedinho no grelo". Ficou bom, seu Artur, mas só para os homens mais chauvinistas ou para os adolescentes revoltados. Por quê? Porque a página também é lida pelas mulheres. Ora, do ponto de vista de qualquer mulher esse verso parecerá um incentivo à auto-masturbação e, portanto, ao não contato entre os sexos, o que parece indicar que Mestre Faria, além de uma profunda incompreensão da alma feminina, só tem homens na cabeça. Soou-me estranho, pois, ao contrário do comportamento fóbico do sr. Artur, eu, mesmo antes de 89, já tinha, e até hoje continuo a ter, excelentes relações (em todos os sentidos) com as mulheres.

A implicação de que meu texto sobre o pagode é de alguém que está saindo da puberdade, ou uma diluição da escola de Frankfurt, pode até ser vista como um elogio, já que, diluição por diluição, os poemas do sr. Artur não trazem nada além do que Nelson Rodrigues e Plínio Marcos já haviam dito melhor.

Ao citar o saudoso almanaque Capivarol, lembrei-me de outro: o almanaque Sadol. Talvez tenha sido de lá, ou de uma dessas revistinhas de música, que alguns pianistas (?) tenham tirado sua dodecafoniazinha, fazendo Stravinsky dar boas voltas no caixão.

Depois, para combater um professorzinho, ele não precisava invocar o nome de ninguém. Muito menos os de Adorno ou Horkheimer. Nem tentar cooptar pessoas que certamente têm algo de mais importante a fazer do que ler as cartas deselegantes de uma pessoa pública que começa a merecer, cada vez mais, o título de bufão radiofônico. Acho que o cara, como se diz no Rio Grande, não se garante.

Abraços realmente varonis, Vinicius Figueira

vinidfig@cultural.org.br

(220) Eduardo Nasi

ASSUNTO: NASI AO LEITOR

Data: 23 de janeiro de 2000

Eu não sei se vocês sabem disso - os mais velhos devem saber, mas essa história de Carta ao Leitor é uma piada interna. Ela foi criada pelo Mino Carta. Logo, era o Mino Carta falando ao Leitor. Logo, esta carta virou Nasi ao Leitor. E ponto.

É que as cartas foram surgindo nesta seção de cartas do NÃO 69, meu primeiro e último NÃO. Se edito mais um - como sugeriu um certo cineasta amigo meu -, acabo me tornando jornalista. E pobres dos meus filhos que vão ter que agüentar gozações dos colegas na escolinha - "olha lá, teu pai é jornalista! hahhahhaah! ele é comuna também, é?".

Ahn. Ok. Mudei de assunto. Acontece, às vezes. CTRL + C, CRTL + V: É que as cartas foram surgindo nesta seção de cartas do NÃO 69, meu primeiro e último NÃO e não pretende deixar vocês sem respostas. Lá vão elas:

1. A Ariela, insisto, devia ter sido a garota que diz não. Ela se ofereceu, pô. Aí vem com desculpas e tal. Por causa dela, eu e o Edu Iglesias deixamos de lado a idéia de fotografar uma puta da Praça da Alfândega.

2. Marília Verissimo Veronese: sim, todos são chatos de galocha. Sorry, são tão, mas tão chatos, que nem consegui ler tua carta até o final. Desculpaí, ok? Mas não deu mesmo. Ah, e eu não sou da panelinha deles. Eu usei o poder da mídia para constranger o Gerbase a me aceitar como editor.

3. José Olimpio, meu caro: há, em algum lugar por aí (que o Giba há de encontrar e lincar com "em algum lugar por aí") um texto que diz que o NÃO dá preferências a não-ficção. E, se ele bnão dé, eu decidi. Eu editei, sabe? E-di-tei. Além do mais, quero deixar bem claro que a Luka e a Clarah não são a mesma pessoas. Vocês botaram isso na cabeça sei lá se tem um porquê. Mas elas não são a mesma pessoa. Ah, e as gurias que escrevem estão lá. É que não são as mesmas de sempre - e, pro leitor médio do NÃO, só existem cinco mulheres no mundo, e todas elas estão casadas com cineastas. Aliás, pra pessoas que dizem NÃO, vocês todos, caros leitores, andam muito arraigados a um padrão pré-estabelecido. Parece que querem ler o mesmo NÃO todo santo mês, com as mesmas pessoas escrevendo sobre os mesmos assuntos. E isso não é nada saudável.

4. Daniel Peccini, meu caro: olhando agora, o NÃO 69 tem mais lixo do que eu gostaria. Eu deveria ter sido mais criterioso.

5. O multititulado Vinicius Figueira detesta polêmica por e-mail e ainda vem reclamar. Sim, eu quis dizer exatamente isso: não sejam marxistas. Não acreditem nessas bobagens que a Liga Comunista do Cazaquistão tenta implantar na mente de vocês. Ao contrário da Marília Veronese, porém, li a carta do moço até o final. Eu estava tentando entender o padrão que o cara usou para me colocar no clã dos Andrade. Mas não achei. Pelo menos, descobri que esse é o cara que escreveu os textos sub-Roland Barthes pós-Stalin (subsubsubsubsubsubsubsubsubsubsubsub Escola de Frankfurt, como o Arthur vai lembrar logo mais) sobre pagode e cachorro-quente. Sim, visitem a página dele. Vocês vão me dar razão.

6. Intervalo: vocês notaram que, até agora e tirando a Marília, todo mundo que reclamou da edição foi, por acaso, vetado? Seria coincidência? Vocês não acham que isso é uma atitude deveras infantil? Momento de reflexão: se uma árvore cai no meio da floresta e não há ninguém para escutá-la cair, ela faz barulho quando bate no chão?

7. Amiguinhos que foram cortados e estão recalcados: por favor, acreditem em mim. Não vale a pena. O NÃO não dá fama nem dinheiro nem mulheres. Até agora, nem subemprego cult na Casa de Cinema eu ganhei, ok? Plantem uma árvore que vai ser melhor pra vocês e pra toda a humanidade.

8. Tomás: eu já te disse em pvt e agora digo em público - pensei em fazer uma seção só pros teus textos. Êta, menino talentoso. Vejam O Oitavo Selo, que é o filme dele.

9. Arthur, meu caro amigo, companheiro de chats nas infindáveis tardes de redação. Álvaro, que não conheço. Como é bom ler pessoas sensatas. Valeu, hein? Valeu mesmo.

10. Marília: de novo, não consegui chegar até o final. (hmmm... será que eu deveria ser mais respeitoso?)

11. Carlos Pires: cada vez mais, me torno um convicto execrador de comunistices. E, se por acaso os comunistas de araque resolverem continuar enchendo a seção de cartas do NÃO com essas bobagens, vou acabar me convertendo à TFO.

12. E agora, por último, vem a pior crítica de todas. Não tem fundamento algum, não tem lógica e o autor deveria levar um milhão de chibatadas. PÔ, COMO É QUE UM PUTA FOTÓGRAFO COMO O EDUARDO AIGNER NÃO FEZ UMA GAROTA QUE DIZ NÃO POR CONTA PRÓPRIA? Pô, vamos e venhamos, guri. Vamos e venhamos. (Vejam vocês o que editor do NÃO agüenta, né? Como se já não bastassem os incêndios que ele tem que apagar, vem um Eduardo Aigner reclamando que não tem fotos).

Por ora, era isso.

(Eduardo Nasi não é comunista nem capitalista nem anarquista nem virgem nem solteiro nem ateu nem wiccen. Mas ele gosta de Dogma, Bruxa de Blair, Nirvana, Italo Calvino (mas prefere As Cidades Invisíveis a Se Um Viajante Numa Noite de Inverno), Zenith, Snoopy, Bone, Plínio Marcos, Paulo Francis e Claire Danes. O e-mail dele não é nao-til@underwriters.com. Esse ele criou por causa do NÃO 69.)

nao-til@underwriters.com

(219) Daniel Peccini

ASSUNTO: VOCÊS NÃO ENTENDERAM

Data: 22 de janeiro de 2000

Eu li algumas cartas aqui e vi que ninguém me entendeu. Eu não quis criticar o editor, pelo contrário. Até acho que o editorial dele foi o melhor que já li no NÃO. Eu apenas quis dar uma idéia para o NÃO 70. Nada mais que isso. Chinelagem não tem nada a ver com qualidade. Uma coisa pode ser boa e chinela ao mesmo tempo, vide Tarcísio Meira's Band, Aristhóteles de Ananias Jr... Aposto que no fundo do baú de cada um de vocês tem algo ruim o suficiente para se enquadrar neste quesito. Se não tiver, paciência, esqueçam a idéia.

mindelo@livreacesso.com. br

(218) Eduardo Aigner

ASSUNTO: 69 TÁ FODA

Data: 22 de janeiro de 2000

Báhhhh, mas assim é foda. Edição meianovística (como declara seu editor) sem ao menos uma boa imagem do tal ato, como pode? Sequer o já clássico, ápice da falta de produção, "garotas que dizem..." foi feito para o 69. Saco. Eduardo Aigner

aigner@ez-poa.com.br

(217) Carlos R G Pires

ASSUNTO: COMUNISTICES

Data: 22 de janeiro de 2000

Olá, são 2h do dia 22 e eu resolvi escrever pela primeira vez para o NAO-TIL. Achei muito boa esta edição(69) e queria dar minha opinião sobre as comunistices execradas pelo editor. Mas antes eu gostaria de dizer que sou de uma geração que ouvia (e eventualmente ainda ouço) Replicantes e já comi algumas mulheres, não muitas é verdade. Apesar disso, do ser e do tempo, ainda trago comigo um pouco daquela "ira santa" e considero que a passagem do tempo não foi capaz de ultrapassar as críticas feitas por um Adorno, um Horkheimer, um Benjamin e principalmente um Marcuse. Embora essa vertente racionalista do marxismo mereça muitas críticas, como de resto todo o produto da consciência humana, os problemas que instigaram suas pesquisas permanecem, apesar de um século e meio de comunistices. Por isso a importância da produção de um pensamento crítico, radical (que vai às raízes, como dizia Marx), que extrapole os espaços da academia e ganhe as ruas.

Hoje ao sair de casa para uma noite de divertimento me deparei com uma cena, já comum, infelizmente, que ainda assim não deixa (e não pode deixar) de chocar: um homem vasculhando o lixo atrás de comida. Narro esse fato para mostrar uma contradição que precisa ser superada. Esse homem tem (ou deveria ter) todos os direitos e garantias do art. 5º da nossa Constituição, mas, enquanto eu saía para me divertir, ele vasculhava o lixo atrás de comida. Por isso, por mais infanto-juvenil que seja, aquela "ira santa" manifestada pelo professor de inglês não merece escárnio, principalmente quando figuras como o onyx jeans continuam a merecer votos. Se a única coisa que importa é o nosso próprio divertimento só nos resta concordar com Lyotard quando diz que a democracia liberal é o nosso horizonte insuperável. Um abraço e até a próxima. Carlos

srsp@zaz.com.br

(216) Nilo Dias Cabral

ASSUNTO: PEITÕES À MOSTRA

Data: 22 de janeiro de 2000

As nossas autoridades estão escandalizadas com OS PEITOS À MOSTRA nas praias do Rio de Janeiro e agora nas praias do Rio Grande do Sul. Leila diniz, tão comentada no meio intelectual já havia mostrado que o corpo é algo para ser usado e abusado por quem considere que assim o deva fazer. Concordo inteiramente com Leila neste aspecto. Os peitões estão por aí afora em capas de revistas e em anúncios em TV. Por que as senhores e senhores estão ofendidos com estes lindos seios, maravilhosos, claro que alguns nem tanto, se já se apresentam na mídia? Não entendo realmente, talvez os psicanalistas posam explicar a razão.

rs002120@pro.via-rs.com. br

(215) Marília Veríssimo Veronese

ASSUNTO: BRIGAS EGÓICAS

Data: 22 de janeiro de 2000

Ô pessoal! Acho o máximo da xaropisse brigas egóicas na seção de cartas do NÃO... Pô, Arthur, que azedume! Tu podias ter manifestado tua opinião frente à carta do Vinícius (o qual nunca vi mais gordo) de modo mais respeitoso, na minha opinião. Mas, assim como acho que o editor do 69 nao precisa de defesa, o mesmo dá-se com o Vinícius, que se quiser, responde ele mesmo. Só queria fazer um apelo ao bom humor, às críticas respeitosas e prazeirosas de ler. Que o Arthur escreve bem (bastante bem, na minha opinião), não é novidade. Mas sem essa de qualquer um de nós querer pousar de o último intelectual da terra (NÃO tô dizendo que o Arthur fez isso, antes que ele me detone com uma carta derramando pérfidas ironias por todos os lados!!!).

Tô falando genericamente, tá bom? Pô, deixa o cara falar sem tanta detonação. E se for um adolescente tímido mesmo? Vai desanimar o guri. E o texto do pagode não é tão ruim assim... Ele tá fazendo, tá tentando, deixa que com mais leitura e vivência... Pelo menos tá no caminho certo. Isso aqui (essa seção de cartas), pra mim, é delicioso de ler. Confesso que coisas meio agressivas são um pouco destoantes, desconcertantes, mas tudo bem. Psiu, psiu, calma, calma...

Mas quanto aos frankfurteanos, aí vou ter que estrilar. Eles não tão na tumba, não senhor. Não façamos esse tipo de generalização. Concordo que o texto do pagode do cara possa remeter a uma abordagem já revista da referida escola sobre comunicação, mídia e controle social. Mas chamar gente como o Habermas de habitante da tumba, façameofavor. Talvez tenhamos de voltar pro ambiente acadêmico, pra ver que não é por aí... Aliás, pode ser que esse ano o cara venha pro pós de filosofia da PUC. Tá mais afiado que nunca, o velhinho. Uns 70 anos, acho. Tô curiosa pra ver o bom e velho Habermas, que, como todos os da sua estirpe, tá mais vivo que nunca (de verdade ou na obra). Abraços respeitosos a todos. Marília

mveronese@cpovo.net

(214) Arthur de Faria

ASSUNTO: VÁRIAS COISAS

Data: 21 de janeiro de 2000

Primeiro lugar, concordo com o Alvinho no quesito 'esse papo de Não-temático' tem uma certa viadagem inclusa. Em segundo lugar, vem cá, você perderam o senso de humor e não se deram conta da ironia toda da proposta do Nazi. Ou então ainda não aprenderam que uma putaria é um rico de um negócio. Até o Prestes fudia, pombas!!! Pior! Até deixava que fudessem com a mulher dele (tá bom, essa foi horrível...) Terceiro: Fiquei profundamente feliz no fundo mais fundo de minha alma de comadre fofoqueira ao constatar a vestida de carapuça do auto intitulado professorzinho de inglês. Sim, porque tinha morrido de curiosidade de saber quais eram os textos que o Nazi tinha limado e se eram realmente tudo aquilo que ele dizia... Pessoas (como diria a Clarah), eu ricomendo!!! uma visita ao site do cara e, em especial, a leitura do texto sobre pagode. É uma obra-prima. "Uma obra-prima de diluição almanaque capivarol do que de pior gerou em termos de subproduto aquela turminha da escola de Frankfurt". Escola de Frankfurt! Sim! Eles mesmos! Saíram da Tumba! Os Frankfurters que, antes de virarem nome de sanduíche quente, foram bíblia nos tempos pré-pós. O Giba, o Alvito, o Jorge e os Não-históricos sabem bem do que eu tou falando. Mas, enfim, tenham um pingo de compaixão cristã com o professorzito, que o couitado deve estar saindo da puberdade, não deve comer ninguém e ainda tá impregnado daquela saudável ira santa do que já me definiram brilhantemente como 'esquerda lírica-infanto-juvenil'. Daqui há pouco ele descobre o sexo, relaxa e descobre que há outras formas menos durangas de manter a mente quieta, a espinha ereta e o dedinho no grelo falante. Abrazzos varonis. Arthur de Faria.

Ps. O mais engraçado é que a frase entre aspas foi escrita para mim pelo meu ex-colega de redação Juremir Machado da Silva (mas o Almanaque Capivarol é meu, que o Juremir não tinha essa ironia), referindo-se a um texto parecidíssimo com o do titcher (só que falando - bem - de Luiz Gonzaga, no ano de sua morte) durante uma discussão digamos que meio acalorada em idos de 89, quando eu também não tinha comido ninguém, não tinha saído da puberdade e a ira santa era tuuuudo. Hoje redijo o Cidade-Viva rádio, acho que ajudo a fazer a diferença - mesmo com todos e muitos defeitos que tenhamos todos - e encho os olhos d'água com os depoimentos - VERDADEIROS, avisem pro Onyx (que, ora vejam, virou personagem do Não) - dos neguinhos que descobriram o que ser gente através do Orçamento Participativo & Outros Bichos esquerdizantes.

arthurdefa@hotmail.com

(213) Álvaro Magalhães

ASSUNTO: ESSA NÃO

Data: 21 de janeiro de 2000

E essa do Daniel de chineliar de vez, propositalmente? Já não bastam estes Nãos-temáticos? Parece parque de diversão. Parabéns aos que Não obedeceram e mandaram outras coisas, como a engenhosa poesia do Giba. Ti cuida Augusto de Campos. Agora, propor um Não-chinelo? O Não já não é suficientemente chineliado? Mesmo preferindo as crônicas, os artigos de não-ficção, não há problema em publicar de tudo que o editor de plantão achar razoável. Por exemplo, como imaginar que o nosso guardião do Fundopem deixe de publicar suas fantasias? (E fazer alguém pensar que são mais que fantasias...). Chega de formulismo. Abaixo as meta-polêmicas. Pelo Não papai-mamãe e feijão com arroz. Álvaro M.

marisaon@uol.com.br

(212) Tomás Creus

ASSUNTO: CARTA DESDE LONDRES

Data: 21 de janeiro de 2000

Prezado Editor,

Torno aqui púbicos - digo, públicos - os elogios ao Não 69, já tendo lido a maior parte dos textos. Destaques os contos do Galera, da Luka, da Homera. E o editorial, of course. Sim, tudo muito bom, apesar da excessiva quantidade de textos meus - não, eu não achava que fosses publicar tudo! E digo mais, acho que não devias! Se eu fosse o editor, teria cortado várias coisas, ou ao menos tido o cuidado de usar um pseudônimo em certos textos mais cretinos. Agora é tarde, claro, e todo mundo vai pensar que eu sou o maior maníaco da praça. Tudo bem, por sorte estou bem longe de POA por enquanto - aliás, maravilha poder acessar o Não desde Londres! Nada melhor para matar as saudades de Porto Alegre e suas gentes.

Abraços a todos, Tomás

tomtom@creus.freeserve .co.uk

(211) Marcelo Benvenutti

ASSUNTO: U DO Ó

Data: 20 de janeiro de 2000

Esse pessoal que escreve aí tá me irritando com a maneira que escreve duas palavras. Os textos são quase todos muito interessantes e tudo o mais, acho que a putaria poderia ser muito maior, mas, deixa assim, só que quase todos os que escrevem têm o costume de escrever fOder e bOceta. Como não vou consultar o dicionário e não-sei-o-quê-mais quero protestar em nome das palavras fUder e bUceta. Porra, será que não aprenderam que fuder uma buceta com U é muito melhor? Certamente vão mandar eu me fuder, mas que seja assim. Com U. Valeu! Um abraço, gurizada.

Marcelo Benvenutti, da freeway direto para o chamada geral

caos@cpovo.net

(210) Bela Figueiredo

ASSUNTO: DR. LAO

Data: 20 de janeiro de 2000

O melhor do não 69 são as não sei quantas caras do Dr. Lao. Realmente, Marceleza é meigo meneio de cabeça. Sempre diz e contradiz. E viva a diferença! Poderia mandar esse meiul pro tal caos@naoseioq.piriripororo, mas prefiro rasgar a seda pra todos verem q Marceleza é um clone mudéééérno do Dr. Lao. Mete bronca, menino lindo! E dá-lhe floreio. Inda bem q tu não vem com essa de pós-tudo. Obrigadinha por existir. No mais, paz e bem a todos além d'uns beijos, BelaF.

belafigueiredo@hotmail.c om

(209) Vinicius Figueira

ASSUNTO: EACH MAN´S HELL IS DIFFERENT *

* "Each man's hell is different" é um poema de Charles Bukowski.

Data: 20 de janeiro de 2000

Apesar de detestar polêmica via e-mail, sou forçado a escrever alguma coisa acerca deste último Não. Concordo com as três últimas cartas que li, respectivamente de Marília Veronese, José Olimpio e Daniel Peccini, por isso nem vou falar tudo o que penso sobre a linha editorial adotada pelo sr. Eduardo Nasi de Andrade. Só vou dizer um pouquinho. Na verdade, quero elogiá-lo pelo excelente trabalho que fez, coerente com o que havia proposto, embora dele discorde ao ponto de achar seu discurso às vezes digno de um imbecil, próximo ao de um Onyx Lorenzoni. Nas entrelinhas do que o sr. Nasi de Andrade diz está inserido, entre outras coisas, o seguinte texto: "Fica proibido falar de política, fica proibido ser marxista. Atenção: não leiam Hobsbawn, não leiam Chomsky. Eles são muito chatos. Falemos de sexo, de aberrações a la Bukowski". Só que ler Bukowski é uma coisa, e ler amadores querendo soar como o velho Chinasky é outra.

Daniel Peccini tem razão: criem a seção "Não lixão" e coloquem lá os textos rejeitados. Eu, particularmente, até acharia bom que tirassem o meu texto da Não 67, que está imediatemente antes de um texto do sr. Nasi de Andrade (certamente parente do Drummond, do Mário e do Oswald, pela genialidade de seus comentários, e dos quais estou muito distante), e o enviassem para o Lixão.

Como não sou marxista, quero fazer um comercial: se tiverem paciência, leiam na minha homepage, visitada já por umas três pessoas, dois textos meus (um sobre cachorro-quente, outro sobre pagode), censurados pelo sr. Eduardo. O endereço é: www.terravista.pt/Enseada/5166

Só para terminar, uma última consideração, sem nenhuma ironia: Eduardo Nasi provou ser um bom editor, pois ao contrário de muitos outros, cedeu espaço a mortais, não publicando sequer um texto de sua autoria, a não ser o editorial. A autocrítica é uma virtude das pessoas inteligentes.

Cordialmente, Vinicius Figueira, Tradutor, estudante de teoria da literatura, e professorzinho de inglês, nas horas vagas, no ICBNA

vinidfig@cultural.org.br

(208) Daniel Peccini

ASSUNTO: NÃOOOOOOOOOOOOOOOOO 70

Data: 20 de janeiro de 2000

Bons tempos aqueles em que os editores nem liam os textos e publicavam tudo o que viam pela frente. Hoje a situação tá diferente. Estão me castrando e com razão!! Textos realmente sem conteúdo algum, mal escritos, com erros de portugês etc, mesmo assim possuem o seu valor. Por isso quero propor para o número 70 o não do NÃO. Só a várzea, o Ó do borogodó, The Best of shit, enfim. Duvido que vocês só escrevam coisas boas. Deve ter muito lixo. Daniel Peccini

floyd@joplin.ee.pucrs.br

(207) José Olímpio

ASSUNTO: ISTO, AQUILO & AQUELE OUTRO

Data: 19 de janeiro de 2000

Senhor Editor Nazi (c/ 1 "z", só pra contrariar sua superstição numerológica...). E tu achas que eu, freguês de caderneta do NÃO, ia ficar de fora da decantada edição 69?... Mas nem que a vaca tussa, escarre e cuspa! E vai ser aqui na seção de cartas mesmo, que vou fazer meu strip tease verbal! hehehe... 1- Ninguém avisou que era pra "evitar" ficção, pô! (Lá vem discriminação, de novo!) 2- Cadê as gurias que escrevem (além da Ariela), tipo a Clarah e a Lulit; e as garotas que dizem não (em variáveis estados de nudez psíquica e existencial?)????? A desculpa da Ariela não convenceu.... Faltou tesão, mina? Num faiz mal, vai sem mesmo...! 3- Os rapazes capricharam, mas as gurias ganham de loooooooonge... 4- E aí, a Luka existe? Ou é só um clone da Clarah?... Tá dito, um abraço na maior (pode ser assim, na boa mesmo, sem intenções outras que maculem essa fraternidade universalizada com hormônios menos platônicos). Xaus! J. Olímpio (the unknown author of the non-read short story titled "ANJO SAFADO").

jolimpio@mais.sul.com.br

(206) Marília Veríssimo Veronese

ASSUNTO: NÃO 69

Data: 19 de janeiro de 2000

Pô, legal quando vocês publicam coisas de alguém que não é da panela. Valeu. Aqui vai um comentário, que provavelmente será ou ignorado ou tido por tolo e pouco procedente, mas ainda assim insistirei: será que o não não tá ficando "pós-moderninho" demais? Chamar ambientalistas, comunistas, feministas de "chatos de galocha", achar que o importante é foder (no bom sentido) e deixar que os outros se fodam (no mal sentido), colocar essa falaciazinha estética como o in do momento não é meio cretino? O fim das ideologias, aquele papo todo? Tô com saudade dos textos sobre a situação política da gente, (cadê os jorges e suas análises divertidas e perspicazes?). Acho que devemos sim resgatar utopias, falar de sociologia (não precisa ser chato, pode ser bem escrito, escrachado, divertido, sério, sei lá, mas legal), lembrar que existe solidariedade possível, que isso não é ser careta, que liberdade tem que ser pra todos e também é encarar o outro como alguém importante, que... Bom, isso é um manifesto pela volta das comunistices em geral, ataques ao sistema político injusto e liberdade para não optar pelo discurso vazio e intelectualóide pós-esqurdista da estética "pós-moderninha". E isso pode ser feito mantendo o apelo à baixaria, ao humor, e à diversidade de opiniões. Mas parece que agora só há uma opinião predominante. Bem, sem mais delongas. E a propósito, achei esse 69 bem legal. Parabéns ao editor. Abraços. Marília

mveronese@cpovo.net

(205) Carlo Manero

ASSUNTO: INCORREÇÕES

Data: 18 de janeiro de 2000

Sabem duma coisa? Como sou uma criação de um bobão que até andou tendo textos publicados por aí, nem deveria estar comentando coisa nenhuma. Mas é que o sangue ferveu e veio à cabeça (as duas) quando eu li o que a Luka (que o pai lê o NÃO) escreveu. Os homens estão ficando todos meio viadinhos. É verdade. Em Porto Alegre existem umas 70 mil mulheres a mais que homens. Fazendo as contas, e cortando as lésbicas, os viados, os indiferentes e a piazada que ainda não senta no meio-fio, por meio de fórmulas estapafúrdias da Escola de Engenharia da UFGRS, chegamos a conclusão que tem duas mulheres para cada homem. Tirando-se daí, os fiéis, casados e apaixonados, e contando com um desvio-padrão inevitável dos puladores de cerca, sobram três mulheres para cada homem. Se vocês, homens, ainda não viram isso, é porque são indiferentes ou viados. E se o homem ideal é um gay, que é amiguinho, parceiro e bate papinho - mulher, porque não trepar com eles? Papo, cara. Viado é viado, homem é homem. Não tem meio-puto nem Paulo Coelho. Mas e dizer o quê se as mulheres querem machos e ao mesmo tempo exigem regras de boa conduta. Machos bolinam, agarram indiscriminadamente, seduzem cinicamente. São, isso mesmo, essa é a expressão, canalhas. Canalhas por serem tarados, mas não maníacos, e visarem estritamente um objetivo totalmente macho: acasalar. Não venham com existencialismos e racionalismos. O negócio, queiram ou não, é animal. Carinha tem que ter consciência disso, velho. Mulheres, deixem de ser frescas! Homens, esqueçam o politicamente correto das norte-americanas flácidas e psicóticas. Crescei e multiplicai-vos, gurizada. Viva a explosão demográfica! Carlo Manero, absurdamente incorreto.

carlomanero@dazeda ndconfused.com

(204) Lucio Luciolo

ASSUNTO: POR ÓDIO

Data: 18 de janeiro de 2000

Olha, Seu Editor, a edição tá muncho boa e tal. As pessoa que escrevem são boas e tudo o mais. Os textos idem. Mas cadê as pérolas?? Que pérolas?? As boazinhas Clarah e Bela?? Em se tratando de séquiço elas são indispensáveis. Abraços por trás. Lucio Luciolo

lluciolo@hotmail.com

(203) Teodora de Freitas

ASSUNTO: BEM COMPORTADO!

Data: 18 de janeiro de 2000

Realmente devo dizer que o pessoal do NÃO faz sexo bem comportado. Quem quiser baixaria mesmo pode ir no endereço http://anormais.hypermart.ne t. A Lam0 tem logs realmente quentes e os zines colocam o não 69 no chinelo. Acho que o editor foi o único que pegou (opa) o espírito da coisa.

(202) Sérgio Andres Lulkin

ASSUNTO: VALEU!

Data: 18 de janeiro de 2000

Coisa boa é ler a correspondência atrasada do Giba. Voyeur total! E dá pra gargalhar, por vezes. Luxkluxklan politicamente judeu e incorreto.

salux@uol.com.br

(201) Ariela Boaventura

ASSUNTO: MOÇOILAS Q DIZEM YEAH, MAS O MUNDO LHES DIZ NÃO AGORA, BABY

Data: 18 de janeiro de 2000

Atenção, leitor: não foi má vontade. Aconteceu que não deu para fazer as fotos para o NÃO 69 por um mundo de coisas, entre elas, a falta de local. É, creia: não conseguimos uma locação legal (me refiro a mim e à Dani Dallagnol). Depois de alguns telefonemas, broxei. O Subjazz, onde eu iria ser clicada de bunda pracima, óculos na cara, cigarro na boca e um livro aberto, lendo, fechou. Fica para outra vez. Ariela Boaventura, que curte umas que outras.

fmariot@zaz.com.br

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